Programas sociais evitaram que pobreza atingisse quase 30 milhões na pandemia

20 de Novembro 2020 - 11h16
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s programas sociais do Governo Federal evitaram que a pobreza no país subisse quatro pontos percentuais durante a crise da Covid-19. Sem iniciativas como o Auxílio Emergencial, o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), o Brasil teria passado de 14% de população pobre em setembro deste ano. Em números absolutos, seriam 29,6 milhões de pessoas, cujas famílias teriam renda abaixo de US$ 1,90 per capita ao dia, por paridade de poder de compra.

Os cálculos são do economista Vinícius Botelho, pesquisador associado da Fundação Getulio Vargas (FGV), que usou os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua e da PNAD Covid-19, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“A pobreza está no menor patamar da história em função dos programas sociais. A gente tem uma taxa de 2,4% de pobreza monetária (que leva em consideração apenas a renda recebida pelo indivíduo) em setembro. É um número muito baixo. Em 2019 era muito maior, com as taxas de pobreza considerando a renda efetiva em 7,5% e a habitual em 6,5%. A pobreza foi reduzida em cinco pontos percentuais quando se olha o dado de renda efetiva”, afirma.

A renda habitual é aquela que os trabalhadores normalmente recebem pela atividade exercida, um indicador mais estável, pois reflete uma média e é o mais usado no cálculo da pobreza monetária. A renda efetiva é a que o indivíduo realmente recebeu pelo trabalho, pois considera a inflação e possíveis encargos, por exemplo. O segundo parâmetro foi usado pelo pesquisador em razão da excepcionalidade do momento, que deixou a renda habitual mais instável.