
Na semana dos oitenta anos do "Rei" Pelé, uma história pouco conhecida, ou pelo menos, pouco contada.
O humorista Chico Anysio era um entusiasta do futebol, a ponto de ser comentarista na Rádio Guanabara entre 1948/49, fazendo dupla com o narrador Raul Longras, e depois na TV Excelsior, com Geraldo José de Almeida. Chico era palmeirense, mas transitava bem com dirigentes e jogadores das demais equipes, em especial com o Santos, de Pelé, de quem era grande amigo. Em 1963, já com o sucesso do seu programa na TV Rio, decidiram fazer uma gravação na concentração do Santos, campeão mundial de clubes. No dia combinado, às vésperas de um jogo contra o Botafogo de Ribeirão Preto, pelo campeonato paulista, a equipe de TV chega à sede do clube e não havia nenhum jogador. Ocorre que o treinador Lula não foi avisado e tinha dispensado a concentração, em razão do excesso de jogos. Chico recorreu ao amigo Pelé. As 7h40, bateu às portas da casa do “Rei”, foi atendido por Dona Celeste, a mãe de Pelé, que acordou o filho. Este disse que ia resolver. Tomou um banho, vestiu-se e saiu com Chico Anysio indo buscar os jogadores, um a um, em suas casas, inclusive o Mauro Ramos e o Gylmar, que moravam em São Paulo e foram trazidos pelo motorista de Pelé. A gravação foi feita e todos se divertiram com o humorista, que se apresentou com seus múltiplos personagens contracenando com cada um dos jogadores.
Na ultima cena, Pelé com a camisa do Santos e Chico Anysio com a do Palmeiras trocam passes de cabeça, e no final do quadro, os jogadores santistas levantavam o artista para jogá-lo na piscina. Esta cena não foi ao ar. Ficou parada no momento em que os jogadores levantaram Chico. Este, com sua verve, detalhou o momento: Era o reconhecimento dos jogadores santistas a supremacia do Palmeiras.
Créditos de Imagens e Informações para criação do texto: História do jornalismo esportivo na TV brasileira (Alberto Léo).