Pânico em voo que saiu de Natal: 'Avião começou a descer muito rápido, como um mergulho'

27 de Janeiro 2024 - 04h50
Créditos: RadarBox

"A sensação era de que o avião estava caindo." É assim que o advogado Francisco Cunha define os momentos a bordo do voo AD-4001, da Azul, na segunda-feira (22). A aeronave, um Airbus A320, saiu de Natal com destino a Confins (MG), mas precisou voltar à capital do Rio Grande do Norte 25 minutos após a decolagem devido a "questões técnicas".

O que aconteceu

  • Ele relata que minutos após a decolagem o avião passou a fazer um barulho ensurdecedor. O barulho era tão forte que impossibilitava os 166 passageiros de conversar ou ouvir música nos fones de ouvido. Francisco estava na aeronave com a esposa e dois filhos.
  • Logo na decolagem, conforme o avião ia ganhando altura, fazia um barulho muito fora do normal e ele foi aumentando até que chegou a um ponto em que não dava para conversar, não dava para ouvir no fone de ouvido.
  • Estranhando a situação, uma passageira questionou a aeromoça sobre o ruído.
  • Ela [aeromoça] disse que o barulho era por causa de um defeito na borracha de vedação da porta de bagagens do avião, mas que isso não afetaria a segurança do voo, que podíamos ficar tranquilos e que o único inconveniente seria o barulho. 
  • Barulho aumentou poucos minutos após a explicação da funcionária, e a aeronave começou a "mergulhar". As luzes de avisos para colocar o cinto de segurança se acenderam.
  • A aeronave começou a descer de forma bem brusca, acenderam algumas luzes, uma luz vermelha na frente da aeronave, aquelas luzes de apertar o cinto. O piloto deu um aviso de 'descida rápida', e a aeronave começou a descer muito rápido, acentuadamente, como um mergulho. E aí começou o pânico: muita gente gritando, rezando, chorando. Meus filhos entraram em pânico, minha esposa começou a tremer. Foi uma sensação horrível. A sensação era de que o avião estava caindo.
  • "Alguns minutos depois, o piloto deu mais um aviso dizendo: tripulação, estamos em altura de segurança", acrescenta Francisco. O advogado conta que após a fala do piloto, eles foram avisados que a aeronave teve algumas falhas e que o voo retornaria para o aeroporto de Natal."
  • Piloto declarou 'mayday'. A chamada é um código internacional de perigo que, quando anunciada três vezes seguidas, indica perigo iminente e que a aeronave precisa de assistência imediata.
  • Cunha e a família conseguiram ser remanejados em outros voos. De Natal, eles pegaram um voo para Presidente Prudente, no interior de São Paulo, e, de lá, para o aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). De lá, seguiram em outra aeronave para Belo Horizonte. Após 14 horas, conseguiram chegar ao destino.

O que diz a empresa

A Azul informou que "por questões técnicas identificadas após a decolagem, o voo AD4001 (Natal-Confins) precisou voltar ao aeroporto de origem". "O pouso aconteceu em segurança e os clientes desembarcaram normalmente", continuou a companhia.

Os clientes receberam toda a assistência necessária, conforme prevê a resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e foram reacomodados em outros voos, disse a Azul.

"A Azul lamenta eventuais transtornos causados e reforça que ações como essa são necessárias para garantir a segurança de suas operações, valor primordial para a companhia." Azul, em nota.

Com informações do UOL