Palocci: Nota de risco de Angola foi rebaixada para garantir propina ao PT

03 de julho 2019 - 12h34
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O ex-ministro Antonio Palocci afirmou ontem (02) na CPI do BNDES que a nota de risco de Angola foi rebaixada para permitir que o BNDES aumentasse o volume de empréstimos destinados a obras da Odebrecht no país africano.

Palocci disse que tratava de assuntos relativos ao banco diretamente com o ex-presidente da instituição Luciano Coutinho. O depoimento à comissão foi feito a portas fechadas. As declarações foram confirmadas pelo jornal O Estado de S. Paulo com dois deputados presentes.

O ex-ministro Antônio Palocci trabalhou em áreas políticas e econômicas nos governos do PT. No site da Câmara, uma matéria afirma que os deputados disseram que Palocci apresentou provas de que o ex-presidente Lula teria cometido crimes ligados ao BNDES.

"Ele diz que o ex-presidente Lula interferia politicamente dentro do BNDES para facilitar empréstimos às empresas e inclusive chegou a citar que em 2009 o Lula teria recebido uma importância considerável em dinheiro para facilitar a operacionalização de empréstimos à Odebrecht.", diz um deputado não identificado na matéria.

Palocci falou por quase cinco horas e concentrou toda a sua narrativa no caso envolvendo Angola. A restrição foi acordada com membros da CPI por conta de acordos de colaboração que o petista negocia com a Procuradoria Geral da República (PGR).

Palocci, de acordo com deputados, disse que a taxa de risco dos empréstimos para Angola foi rebaixada por uma “decisão política” que partiu “da Presidência da República” durante o governo Lula. Os parlamentares relataram que a manobra, segundo Palocci, teria permitido que um conjunto de empréstimos saltasse de R$ 600 milhões para R$ 1 bilhão. Os valores teriam rendido mais de R$ 60 milhões ao PT.

Nesta terça-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), autorizou o a extensão por 60 dias dos trabalhos da comissão, que se encerrariam no dia 7 de agosto. Agora, a CPI vai ser encerrada em outubro.

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