País recorre à reabilitação para funcionários que não conseguem parar de roubar

08 de Junho 2021 - 11h26
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Carlos Albuquerque não é um candidato típico à reabilitação. Ele é um avô de 75 anos que vive em Córdoba, no sul da Espanha. Antes de aposentar-se, em 2015, ele era um tabelião. Há anos, ele não toca em drogas ou álcool.

Mas o seu não é o programa típico de reabilitação: ele está em um acampamento onde se reabilitam funcionários espanhóis corruptos para, em seguida, serem “reinseridos” na sociedade tradicional.

“A reparação dos danos é o que me foi deixado nesta vida”, disse Albuquerque, que está cumprindo uma sentença de prisão por roubar cerca de 400 mil euros (cerca de US$ 500 mil) em sua função de redator de contratos e escrituras.

Ao longo de 32 sessões em uma austera sala de conferências na penitenciária de Córdoba, Albuquerque será monitorado por uma equipe de psiquiatras. Ele sentará em círculo com outros funcionários corruptos participando de sessões de terapia de grupo com títulos como “capacidades pessoais” e “valores”. De certo modo, ele é a cobaia de um experimento que visa responder a uma pergunta muito antiga: enterrado lá no fundo da alma de alguém como Albuquerque, poderá existir um homem honesto?

O fato deste programa estar sendo aplicado na Espanha diz muito a respeito da convicção do país em segundas chances, e demonstra até que ponto a corrupção conquistou a imaginação do público no país. Folheie um jornal ou ligue o rádio: você ouvirá falar em escândalos e trapaças que quase sempre têm a ver com o bolso dos cidadãos.

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Fonte: Estadão