
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagrou hoje (23), em Brasília, uma operação para obter provas de um suposto esquema de pagamento de propina na contratação de leitos para a rede pública de saúde durante a gestão do ex-governador do DF, Agnelo Queiroz (PT). Na ação, foi apreendida uma mala de dinheiro com notas em real e dólar encontrada no endereço ligado a Adriana Aparecida Zanini, vice-presidente do Instituto Brasília Para o Bem-Estar do Servidor Público (IBESP), onde a propina teria sido entregue. Ainda falta fazer a contagem do valor apreendido.
Agnelo Queiroz foi conduzido à polícia para prestar depoimento porque em sua casa os policiais encontraram uma carabina não registrada, o que configura crime. Além disso, ele não possui porte de arma.
A apuração é conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, com apoio da Polícia Civil. Estão sendo cumpridos 13 mandados de busca e apreensão autorizados pela 1ª Vara Criminal de Brasília.
De acordo com as investigações, R$ 420 mil teriam sido pagos ao ex-governador e ao ex-secretário de Saúde do DF, Rafael Barbosa, em troca de favorecimento junto à administração pública. O valor seria 10% do contrato para a compra de leitos.
Segundo o MPDFT, a propina teria sido paga por meio de contrato fictício de publicidade e marketing entre a empresa interessada no contrato, a Secretaria de Saúde e o Instituto Brasília Para o Bem-Estar do Servidor (Ibesp). O pagamento teria ocorrido em 2014, segundo o relato de colaboradores.
A operação desta quinta-feira (23), denominada Alto Escalão, é um desdobramento da Operação Checkout, deflagrada em junho de 2018 para apurar outro esquema ilícito nos contratos do setor saúde no Distrito Federal.
O advogado Kleber Lacerda, que representa Rafael Barbosa, disse não ter tido acesso à decisão que autorizou a busca e apreensão em endereços ligados a seu cliente, tendo recebido apenas cópia do mandado cumprido pelo oficial. Acrescentou que "tão logo seja analisada a decisão, utilizará dos recursos legais para defesa".
Agência Brasil