
Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ocuparam três fazendas de cultivo de eucalipto da empresa Suzano Papel e Celulose, na última terça-feira (28). A ação —a primeira durante o terceiro mandato do presidente Lula (PT)— deu início a uma jornada nacional de luta que deve se estender pelo menos até o final de abril.
As ocupações devem crescer durante o governo petista. A direção nacional do MST menciona "uma possibilidade de conquista real para avançar na luta pela reforma agrária".
"Elas [as ocupações] não são uma vontade do movimento, são das massas. É isso que a gente tem sentido de forma clara em muitas regiões do Brasil", diz Ceres Hadich, membro da Coordenação Nacional do MST.
Segundo o MST, atualmente, 100 mil famílias vivem em acampamentos liderados pelo movimento, à espera da aquisição de terras por iniciativa do governo. "Uma das nossas tarefas é organizar o povo para poder fazer pressão no governo e na sociedade", diz Hadich.
Ocupações não pararam com Bolsonaro, mas houve desânimo na luta. Um dos pontos que o MST pretende mostrar, diz Ceres Hadich, é que, ao contrário do que alardeou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), as ocupações não pararam durante a gestão passada.
"As ocupações não pararam durante o governo Temer, nem durante o governo Bolsonaro. O que houve, de um lado, foi a invisibilidade dessas ocupações por parte da mídia e do governo; mas, por outro lado, também houve um desânimo na luta pela reforma agrária."
Segundo ele, nos últimos anos, os acampamentos seguiram se organizando internamente e o discurso, agora, é o de fortalecer um governo mais identificado com as lutas populares.
Com informações de UOL