
O Brasil vive um paradoxo: é aberto para o mundo, mas vive isolado.
Estamos livres para viajar, mas vivemos fechados para o que de fato garantiria uma abertura total para o mundo.
Num mundo no qual as fronteias econômicas estão desaparecendo, o Brasil está e seguirá isolado enquanto não levar a educação, da básica a superior, a sério e enquanto não entender que produzir conhecimento extrapola os limites das chacrinhas com as quais convenientemente convivemos nas nossas Escolas, incluindo aí universidades.
As nossas universidades em grau de internacionalização baixo, estão fora das listas das melhores do mundo e chegam a festejar quando estão entre as trezentas melhores.
O resultado desse isolamento é que temos uma indústria provinciana e que pouco conhece os avanços alcançados mundo afora.
Até a chegada da família real portuguesa por aqui, 1808, o Brasil vivia no século XIX como se estivesse no XVI.
D. João, ainda regente do trono, lançou as bases para que a colônia progredisse; outros seguiram o caminho aberto por ele e o Brasil saiu do marasmo, mas o marasmo ainda ficou rondando-o e nunca o abandonou por completo.
O país progrediu, porém as marcas do atraso ficaram espalhadas por todo canto.
Ainda precisamos aprender coisas que são caras à população do mundo desenvolvido: ser previdente; pensar no amanhã; não esbanjar recursos e não estourar o orçamento; cumprir a lei e os compromissos assumidos; preservar o meio no qual vivemos; garantir segurança para os indivíduos que estão livres e fazer os criminosos cumprir integralmente as penas.
Os princípios acima enumerados levaram muitos países ao desenvolvimento.
Nestes tristes trópicos, entretanto, desdenha-se a herança benfazeja e arremeda-se a estupidez e cretinice.