
A Rússia lançou nesta segunda-feira, 10, uma série de ataques aéreos contra cidades por toda a Ucrânia, incluindo áreas distantes das frentes de batalha, como a capital Kiev. Os ataques são os mais amplos desde o início do conflito, dois dias depois de uma explosão derrubar um trecho da ponte estratégica que liga a Península da Crimeia ao território continental russo.
Desde junho, a capital ucraniana não era alvo dos bombardeios que atingem o país em meio à guerra com a Rússia. Somente nos bombardeios à capital, ao menos 11 pessoas morreram e outras 64 ficaram feridas, segundo o conselheiro-chefe do Ministério de Assuntos Internos, Rostislav Smirnov.
Ao menos 75 mísseis, segundo o Exército ucraniano, atingiram alvos em centros urbanos como Kiev, Lviv, Ternopil, e Zitomir, no oeste do país, Dnipro e Krementchuk, na região central, e Mikolaiv e Zaporizhia, no sul. A capital registrou ao menos quatro explosões, e ao menos cinco pessoas morreram.
O presidente Vladimir Putin fez aparições televisionadas nesta manhã, mas não comentou os ataques. Analistas militares russos e outras fontes próximas ao Kremlin dizem se tratar de uma retaliação pelo ataque de sábado que destruiu parcialmente a ponte do Estreito de Kerch, que liga a Rússia à Península da Crimeia e é um importante ativo logístico das forças russas na guerra.
A ponte, uma gigantesca obra que Putin inaugurou em 2018 como uma das principais de seu governo, era usada para levar suprimentos da Rússia para a Crimeia, anexada por Putin em 2014, e de lá para o sul da Ucrânia, onde tropas ucranianas realizam uma ofensiva para retomar a província de Kherson.
O presidente russo classificou o episódio de “ataque terrorista contra infraestrutura civil crítica”, e acusou os serviços secretos da Ucrânia de serem responsáveis pela explosão.
Com informações do Estadão