
Cientistas do Laboratório de Bioinformática do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) sequenciaram 180 genomas do novo coronavírus em amostras do estado do Rio de Janeiro.
As mutações foram identificadas em maior concentração na capital, e nas cidades de Cabo Frio, Duque de Caxias e Niterói. A descoberta já foi comunicada ao Ministério da Saúde e à Secretaria de Saúde do Estado do Rio. Agora, os pesquisadores e os órgãos de saúde tentam descobrir se a nova linhagem é mais agressiva e mais transmissível do que já conhecida.
O trabalho foi realizado em conjunto com pesquisadores do Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels e das Secretarias de Saúde de Maricá e do Rio. Segundo a pesquisadora do Laboratório Nacional de Computação Científica, Ana Tereza Ribeiro de Vasconcelos, as análises indicam que a nova subespécie surgiu em em julho deste ano.
Foram encontradas cinco mutações que caracterizam uma possível nova linhagem originária da B.1.1.28, que já estava em circulação no país. Vasconcelos afirma que até o agora, não há indicação de que essa linhagem tenha maior capacidade de transmissão ou que possa impactar efetividade das vacinas em desenvolvimento.
“Entretanto, é necessário a importância de estudos contínuos de vigilância genômica para análise da dispersão dessa nova linhagem e na identificação de novas variantes do SARS-CoV-2 no estado do Rio de Janeiro e no Brasil", disse.
Segundo os estudos, a linhagem B.1.1.28 aparece como emergente, tendo sido encontrada em 38 dos 180 genomas sequenciados. Os cientistas apontam ainda que a linhagem B.1.1.33 se encontra em declínio.
O trabalho foi submetido ao MedRxiv em 20 de dezembro, tendo sido financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e Ministério da Ciência e Tecnologia.
Fonte: CNN