Mutação do coronavírus não está fora de controle, diz OMS

21 de Dezembro 2020 - 15h58
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O diretor de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, afirmou que a nova cepa do coronavírus "não está fora de controle", porém, que bloqueios adotados por vários países são "prudentes". A declaração foi dada nesta segunda-feira (21), após o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, afirmar o contrário de forma a justificar novas medidas de isolamento social.

Ryan alertou que a afirmação é incorreta citando a taxa de reprodução do vírus. "Tivemos uma R0 (taxa de reprodução do vírus) muito superior a 1,5 em diferentes momentos da pandemia e conseguimos controlá-la. Portanto, essa situação não está, neste sentido, fora de controle", disse em coletiva de imprensa.

Ele afirmou também que "embora o vírus tenha se tornado um pouco mais eficiente em termos de propagação, ele pode ser detido". Por outro lado, o diretor frisou que, ao impor novas restrições, os países estão se baseando no “princípio da precaução”, o que avalia como “prudente”.

"As medidas atuais são boas. Devemos continuar fazendo o que temos feito até agora", disse.

A OMS afirma que é necessário esperar mais estudos acerca da linhagem britânica do novo coronavírus. A organização diz ainda que não há evidências de que a nova mutação do vírus aumente a gravidade da covid-19.

"O Reino Unido relatou que esta nova variante é transmitida com mais facilidade, mas não há evidências até o momento de que seja mais provável que cause doença grave ou mortalidade", diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A líder técnica da OMS, Maria van Kerkhove, reforçou afirmando que todos os vírus têm mutações e que cientistas ao redor do mundo estão avaliando cada uma delas.

“Estamos tentando determinar se a variação tem consequência para transmissão, se há diferença na severidade da doença, se há diferença na produção de anticorpos. Mas ainda não temos evidência de alterações no comportamento do vírus. Assim que nós soubermos, nós avisaremos”, afirmou.

Fonte: G1