MST acusa Lula de lentidão e invade fazenda em Minas

09 de Março 2024 - 07h13
Créditos: Jerê Santos-Poliana Souza/MST

O MST anunciou que, nesta sexta-feira (8), supostas 500 famílias invadiram a fazenda “Aroeiras”, localizada em Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). As integrantes do MST justificaram a invasão devido à demora do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na realização de uma reforma agrária. Atualmente, mais de 5.000 famílias permanecem acampadas em Minas Gerais, aguardando o assentamento definitivo. Essa ação foi coordenada pelas trabalhadoras rurais em comemoração ao Dia das Mulheres. 

“Estamos aqui hoje nessa ocupação protagonizada pelas nossas mulheres em função do 8 de março, mas também em função dos travamentos da nossa pauta da reforma agrária”, afirmou Maria Eni, da direção do MST em Minas Gerais.  

A gestão do governador de Minas, Romeu Zema (Novo), também foi criticada pela direção estadual do movimento, por priorizar a concessão de terras às mineradoras.

“Ocupamos porque as terras e os bens da natureza de Minas são do povo mineiro, e não para Zema seguir entregando às suas aliadas, as mineradoras”, declarou Luana Oliveira, também da direção mineira do MST.  

Segundo Luana, os conflitos de terra no Estado permanecem sem solução, e a “ocupação” da fazenda por famílias mineiras tem como objetivo usufruir dos recursos naturais e pressionar pela reforma agrária.   

“Esse importante gesto de coragem das famílias e do MST em Minas Gerais é, sem dúvida, a alternativa mais legítima de lutar pelo direito à terra. Ocupamos para plantar árvores e alimentos, cuidar das águas nessa região metropolitana tão carente desse recurso, que já foi tão abundante”, declarou Luana. 

De acordo com os sem-terras, a propriedade encontrava-se abandonada, o que implicava que sua função social não estava sendo cumprida, conforme estabelecido no artigo 186 da Constituição Federal. 

A insatisfação dos trabalhadores rurais com o governo persiste desde o início do atual mandato. O líder do MST, João Pedro Stédile, declarou no final do ano passado que 2023 registrou o menor número de famílias assentadas no Brasil desde a fundação do MST em 1984. No entanto, essa informação foi contestada pelo ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário). 

Com informações do Diário do Poder