MPF-RN conclui que Poder Público deve priorizar obra de drenagem para garantir segurança nas falésias de Pipa

08 de Novembro 2022 - 03h19
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O Ministério Público Federal do Rio Grande do Norte (MPF) concluiu que o Poder Público deve priorizar o correto direcionamento e tratamento das águas na superfície das falésias de Pipa, em Tibau do Sul, no litoral Sul do Rio Grande do Norte.

Isso deve ser feito com o intuito de evitar novos deslizamentos que possam representar riscos à população e às construções, segundo o órgão.

A conclusão do MPF vem de um estudo promovido pela UFRN, no qual foram elencados as principais causas e medidas que podem reduzir esses riscos.

Um inquérito civil tramita no MPF desde a queda de parte da falésia que matou um casal e o filho deles, de 7 meses, em 17 de novembro de 2020.

O inquérito tem como objeto aferir as ações do Poder Público voltadas à garantia da segurança de pessoas na praia de Pipa. As investigações apontaram medidas a serem adotadas pelos gestores públicos e o foco passará a ser a cobrança para que seja implantado o sistema de escoamento dessas águas, bem como a fiscalização e combate a possíveis irregularidades no despejo de águas pelos imóveis já existentes na área.

Para o procurador da República responsável pelo procedimento, Daniel Fontenele, é imprescindível que o município, estado e governo federal somem esforços para oferecer a devida estrutura de saneamento.

De acordo com o MPF, Tibau do Sul elaborou um projeto de construção do sistema de escoamento das águas das chuvas, com custo aproximado de R$ 5,5 milhões, porém alega incapacidade financeira para executar a obra.

Segundo o MPF, a preocupação para a realização da obra é porque o governo federal previu em seu orçamento para 2023 somente R$ 25 mil destinados ao “apoio a obras emergenciais de mitigação para redução de desastres” em todo o Brasil. Para o MPF, essa alarmante insuficiência de recursos viola diretamente a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, que tem na prioridade às ações preventivas uma de suas diretrizes.

O procurador questionou os representantes da Defesa Civil das três instâncias governamentais sobre as alternativas para captação de recursos públicos que possam financiar as obras de proteção das falésias. Acertou-se que o município irá, novamente, protocolar um pedido de recursos à União, submetendo-o à análise da Secretaria Nacional de Defesa Civil. Os participantes também concordaram em dar tratamento prioritário ao assunto, evitando “prolongamentos desnecessários que podem, inclusive, incrementar o risco na região”.

Com informações do G1