Movimentação anual do PCC chega a R$ 1 bilhão

30 de Outubro 2020 - 15h18
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Documentos apreendidos pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) mostram que a movimentação financeira do Primeiro Comando da Capital (PCC) aumentou quase 160 vezes nos últimos 15 anos.

Planilhas revelam que a organização, que é a maior facção criminosa do país, movimentou R$ 6,2 milhões entre setembro de 2004 e junho de 2005 e aproximadamente R$ 1 bilhão de abril de 2018 a julho de 2019. As cifras são dignas de uma multinacional.

O primeiro tesoureiro do PCC, Deivid Surur foi preso em 2005 pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil. As planilhas encontradas com mostram que PCC ainda não negociava em moeda americana nem usava doleiros e que movimentava mensalmente de R$ 100 mil a R$ 350 mil.

Deivid foi preso na zona leste de São Paulo e ficou 20 dias atrás das grades, tendo sido encontrado morto numa cela onde estavam outros 10 detentos.

Mais de 10 anos após morte do primeiro tesoureiro, a facção deu "salto criminal gigantesco rumo à modernidade empresarial", afirmaram promotores de Justiça ao UOL.

a principal fonte de arrecadação do PCC passou a ser o tráfico de drogas. O grupo havia contratado dois doleiros para a lavagem de dinheiro. A Baixada Santista virou o principal reduto da faccção por causa do porto de Santos (SP), de onde são enviadas à Europa toneladas de cocaína.

Robson Sampaio de Lima,Tubarão, foi o último contador do grupo a ir à prisão, em 2018. As planilhas apreendidas pelo Ministério Público mostram que o PCC movimentou R$ 140 milhões entre dezembro de 2017 e julho de 2018, quando Tubarão foi preso. De 2018 a 2019 foram movimentados US$ 182,3 milhões entre 2018 e 2019. Isso representa, na cotação atual, mais de R$ 1 bilhão.

O volume de dinheiro arrecadado era tão alto que o PCC adquiriu uma máquina de contar cédulas. A facção ainda começou a alugar casas-cofres com paredes falsas para que pudessem esconder os valores.

Fonte: UOL