Morre Jorgina de Freitas, conhecida como a maior fraudadora do INSS

22 de julho 2022 - 03h21
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Internada desde dezembro do ano passado, quando sofreu um acidente de carro, a ex-advogada Jorgina Maria de Freitas, 71, morreu na terça-feira (19) no Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. Ela foi responsável pelo que é apontado como a maior fraude ocorrida no Brasil contra a Previdência Social. A informação da morte foi confirmada pela prefeitura do município fluminense.

A prefeitura de Duque de Caxias, através da Secretaria Municipal de Saúde, informou que a paciente Jorgina Maria de Freitas, 71 anos, deu entrada no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes em 13 de dezembro do ano passado, vítima de capotamento de automóvel. Ela chegou com um quadro de politraumatismo com traumatismo craniano grave.

"Na terça-feira (19), Jorgina apresentou hipotensão e bradicardia, evoluindo para PCR (Parada Cardiorrespiratória), tendo sido realizado todos os procedimentos, protocolos e medicações, porém sem sucesso, sendo constatado o óbito às 13h30 do mesmo dia. O corpo foi encaminhado para o IML, por se tratar de vítima de acidente de trânsito", informou o município.

Ex-advogada e ex-procuradora previdenciária, Jorgina protagonizou o chamado "escândalo da Previdência, que consistia no desvio sistemático de verbas de aposentadoria, cujo prejuízo aos cofres públicos foi estimado pela Advogacia-geral da União em R$ 2 bilhões. Ela acabou condenada a 14 anos de prisão e começou a cumprir pensa em 1997, cinco anos depois de ser condenada, após se entregar a autoridades da Costa Rica.

O esquema utilizava até nomes de pessoas mortas e visava os cofres do INSS e foi descoberto em 1991, após o pagamento do que se pensava ser R$ 90 milhões a Alaíde Fernandes Ximenes, um motorista de empilhadeira. A fraude acabou sendo investigada e então a polícia descobriu que os desvios aconteciam desde 1988, envolvendo de procuradores do órgão a juízes e advogados do Rio de Janeiro.

Jorgina deixou o Brasil, se escondendo no Paraguai, Estados Unidos e na Costa Rica. Na tentativa de não ser reconhecida, buscou realizar cirurgias plásticas, mas acabou se entregando e sendo repatriada do país da América Central ao Brasil. Em maio de 2010, ela e o contador Carlos Alberto de Mello, considerado seu cúmplice, foram condenados a devolver R$ 200 milhões aos cofres públicos, mas sua sentença foi declarada extinta um mês depois e a ex-advogada, cujo registro profissional havia sido cassado em 2001 pela OAB/RJ, foi solta.

Com informações de UOL