Moro se reune com Gilmar Mendes no gabinete do ministro, diz jornal

04 de Abril 2024 - 10h11
Créditos: Pedro França/Agência Senado

 

Na última terça-feira (2), antes da interrupção do julgamento de Sergio Moro (União Brasil) no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) devido a um pedido de vista, ocorreu uma reunião entre o senador do Paraná e o decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes. No julgamento, o placar está empatado em 1 a 1.

Segundo o jornal O Globo, o encontro se deu no gabinete do ministro e ocorreu a pedido de Moro. Além do julgamento na Justiça Eleitoral, ambos teriam tratado de “temas variados” e em um “tom ameno”.

Mendes é crítico ferrenho da Lava Jato e da atuação de Sergio Moro e dos procuradores da operação. Em maio de 2023, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, o ministro disse que Curitiba “gerou Bolsonaro” e “tem o gérmen do fascismo”. Após a repercussão negativa das falas, Mendes explicou que sua crítica não foi direcionada ao povo de Curitiba, e sim à Lava Jato.

Em resposta, o senador afirmou que não tem “a mesma obsessão” que Mendes tem por ele. “Não tenho a mesma obsessão por Gilmar Mendes que ele tem por mim. Combati a corrupção e prendi criminosos que saquearam a democracia. Não são muitos que podem dizer o mesmo neste país”, escreveu o senador.

Em outra entrevista, desta vez ao portal Brazil Journal, Mendes afirmou que Moro usava a mídia para “emparedar” o STF durante a Lava Jato. Em um dos trechos, o ministro afirmou que o então juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba descumpriu decisões da suprema corte. “Obviamente, todos nós éramos perguntados todo o tempo por Curitiba e pela mídia: ‘Essa decisão contraria a Lava Jato’. Como se estivéssemos obrigados a seguir a Lava Jato!”, disse.

Em outro trecho, o ministro do STF disse que procuradores da Lava Jato tentaram apresentar reformas institucionais, entre elas “praticamente acabar com o habeas corpus, coisa que nem o AI-5 conseguiu em plena ditadura. Foram as tais dez medidas apresentadas ao Congresso”, apontou. 

Com informações da Gazeta do Povo