Médicos reclamam que faltam remédios na Unicat; risco é de morte aos pacientes

10 de Janeiro 2020 - 13h07
Créditos:

A Sociedade de Neurologia do Rio Grande do Norte, com o apoio do Conselho Regional de Medicina (CREMERN) publicaram uma nota conjunta em que manifestam total repúdio aos cortes na área da saúde e a constante falta de medicações via SUS (Sistema Único de Saúde), na Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat). Conforme os médicos, a não assistência adequada aos pacientes provoca o adiamento de procedimentos e o aumento dos potenciais riscos de sequelas e morte.

Segundo a nota, pacientes portadores de doenças graves como esclerose múltipla, doença de Alzheimer, síndrome de Guillain Barré, dentre outras inúmeras enfermidades, não apenas do campo neurológico, “vem constantemente sofrendo com a falta destas medicações de alta complexidade e custo”.

A nota diz ainda que a falta de acesso aos medicamentos está diretamente associada à piora do estado de saúde dos pacientes e a gastos adicionais em internamento e tratamentos, o que compromete a qualidade da prática médica.

“O resultado é o cancelamento ou adiamento de procedimentos e o aumento dos potenciais riscos de sequelas e morte. Nas instituições hospitalares, deve também ser considerado o risco de prolongamento do tempo de internação, com todas as suas consequências clínicas, sociais e econômicas”, diz a nota.

Leia na íntegra:

Por meio da presente nota, a sociedade de Neurologia do Rio Grande do Norte com o apoio do CREMERN manifesta total repúdio aos cortes na área da Saúde e a constante falta de medicações via SUS, na Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat).

Pacientes portadores de doenças graves como Esclerose Múltipla, Doença de Alzheimer, Síndrome de Guillain Barré, dentre outras inúmeras enfermidades, não apenas do campo neurológico, vem constantemente sofrendo com a falta destas medicações de alta complexidade e custo.

O acesso escasso e insuficiente aos medicamentos está diretamente associado à piora do estado de saúde, maior uso de terapias adicionais, aumento no número de retornos aos serviços de saúde e gastos adicionais em internamento e tratamentos dos pacientes em questão, comprometendo a qualidade da prática médica.

O resultado é o cancelamento ou adiamento de procedimentos e o aumento dos potenciais riscos de sequelas e morte. Nas instituições hospitalares, deve também ser considerado o risco de prolongamento do tempo de internação, com todas as suas consequências clínicas, sociais e econômicas.

A segurança do processo assistencial também deve ser considerada. Erros de medicação e reações adversas são mais prováveis quando uma conduta terapêutica tem que ser substituída por motivos alheios às necessidades clínicas dos pacientes.

O acesso aos medicamentos essenciais constitui um dos eixos norteadores das políticas de medicamentos (Portaria GM nº 3.916, de 30 de outubro de 1998) e de assistência farmacêutica (Resolução CNS nº 338, de 6 de maio de 2004).