Médico judeu tratou paciente com tatuagens nazistas: 'Testou minha compaixão'

07 de Dezembro 2020 - 03h32
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O doutor Taylor Nichols já enfrentou ódio na sala de emergência antes. Ele tratou pacientes racistas, e em cada uma das vezes o médico judeu buscou toda a compaixão possível para fazer seu trabalho.

Até ver um paciente de Covid-19 que abalou a maneira como ele trabalha.

A pele do paciente estava coberta de tatuagens nazistas, incluindo uma grande suástica no peito. Gravemente doente quando chegou de ambulância, o paciente pediu a Nichols que não o deixasse morrer.

Nichols e sua equipe, que incluía uma enfermeira negra e um terapeuta respiratório asiático, se prepararam para intubá-lo, um momento que traz um alto risco durante a pandemia de Covid-19 porque pode expor os profissionais de saúde a gotículas infecciosas. Quando se perguntou se o homem com tatuagens nazistas se importaria com sua vida se os papéis fossem invertidos, ele hesitou.

“A pandemia me atingiu, e meu mantra não está tendo o mesmo impacto no momento”, Nichols tuitou no início desta semana. “Todo esse tempo lutando contra os ventos contrários, contra os gladiadores na arena. E eu percebo que talvez não esteja bem”.

Como contou o médico, a compaixão e o compromisso com seus pacientes necessários para fazer seu trabalho diminuíram durante a pandemia. O doutor Nichols deu uma entrevista a John Berman, da CNN, no programa “New Day” de sexta-feira (4). 

Embora tenha se declarado grato por ter recebido o alerta, ele se preocupa com a saúde mental de seus colegas de trabalho que podem não ter tratado o estresse causado pela pandemia.

“Fiquei impressionado com o impacto que isso teve sobre mim, que nunca havia enfrentado esse tipo de hesitação antes em minha carreira", disse à CNN.