Mãe de paciente de anestesista diz que filha relatou 'gosto muito ruim na boca' após voltar de cesariana

18 de julho 2022 - 03h13
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Um crime chocante, vítimas revoltadas e um médico no banco dos réus por estupro de vulnerável.

“O agente se aproveita da vulnerabilidade da vítima. Esse estado de vulnerabilidade da vítima, nesse caso, é a sedação. Ela estava desacordada”, diz a delegada Bárbara Lomba.

Foi assim, desacordada, que outra mulher ficou logo depois de dar à luz. O marido já tinha sido retirado da sala com o bebê.

Era a terceira cesariana dela e, dessa vez, a sedação foi muito maior.

“Eu já não estava conseguindo falar mais, porque assim que ele saiu, eu já fui ficando mais mole, mais sedada. Aí ele falou que ia me dar uma anestesia geral. Tomei e não consegui mais lembrar de nada. Apaguei”, diz a mulher.
Ela conta que, quando ouviu as notícias do estupro cometido por Giovanni Bezerra, reconheceu o anestesista e procurou a Delegacia da Mulher.

Foram pelo menos seis denúncias até agora. Só no domingo (10), quando Giovanni foi flagrado estuprando uma paciente durante o parto, ele participou de três cesarianas.

O jornal Fantástico teve acesso ao depoimento da mulher que passou pela primeira cirurgia de cesárea com o anestesista naquele dia.

“O roupão caiu e ela percebeu que o anestesista tinha olhado para seus seios e em seguida perguntado se ela estava com frio. A mulher acredita que o enfermeiro também tenha notado, porque pegou o roupão e jogou nos ombros dela”, diz o documento.

O Fantástico também teve acesso ao depoimento do marido da mulher que passou pelo segundo parto de domingo. Ele disse que queria voltar para junto da esposa, que era perto de 13h, mas só conseguiu vê-la por volta das 19h.

Quando chegou à enfermaria, a sogra dele disse que a filha tinha dito umas coisas estranhas, e que ele deveria saber; que a mulher tinha contado que quando acordou estava com um gosto muito ruim na boca. Os dois depoimentos também relatam anestesias muito mais fortes do que o comum.

Uma das enfermeiras que prestaram depoimento conta que questionou Giovanni Bezerra sobre a sedação, e que ouviu de volta: ‘Por quê? Você também quer?’.

Outra enfermeira disse à Polícia Civil que o anestesista estava em pé perto da cabeça da vítima com o pênis ereto, e que Giovanni Bezerra na mesma hora fechou o capote.

Após os dois partos, a equipe do plantão de enfermagem se organizou para descobrir exatamente o que estava acontecendo e produzir provas.

Com informações do G1