Nenhum funcionário público de Criciúma, cidade no sul de Santa Catarina, aderiu ao decreto do prefeito Clésio Salvaro (PSDB) que propôs um “lockdown sem remuneração”. A medida foi anunciada na quarta-feira, dia 17, mas não teve adesão do funcionalismo. A cidade tem o maior número de mortes registradas por covid-19 na região e, assim como as demais regiões, está com hospitais lotados.
Declaradamente contra o lockdown em todo o município, Salvaro gravou vídeo em tom de desabafo e disse que “não há necessidade de parar a economia, nós precisamos continuar trabalhando” e diz que quem quiser se cuidar, em casa, não terá direito a salário.
‘Vai ficar em casa, mas não vai receber salário’, disse Clésio Salvaro (PSDB), prefeito de Criciúma (SC), em vídeo postado no Facebook Foto: Reprodução/Facebook
“Não quer vir trabalhar? Não tem problema. Quer se cuidar? Ótimo, vai ficar em casa, mas não vai receber salário. É assim mesmo, porque é muito fácil pedir lockdown quando a geladeira está cheia e o salário garantido, então estou decretando lockdown na prefeitura, só que é voluntário, facultativo. Quer lockdown? Vai ter, só não vai ter salário”, afirmou ao assinar o decreto.
Na prática, o decreto de Salvaro reconhece como de interesse público o pedido de licença sem remuneração que já estava previsto no estatuto dos servidores.
A medida foi vista como um ataque pelos representantes do funcionalismo público. “Ou morremos de coronavírus ou morremos de fome, é isso que o prefeito está propondo?”, questiona Jucelia Vargas Vieira de Jesus, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Criciúma e Região.