Lava Jato: "Poderia ser a melhor operação, mas foi uma farsa", diz Pimentel

11 de Junho 2019 - 12h34
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O deputado Sandro Pimentel (PSOL) comentou em seu pronunciamento na sessão ordinária desta terça-feira (11), na Assembleia Legislativa, a matéria publicada no site de notícias ‘The Intercept Brasil’ que revela o vazamento de mensagens trocadas entre integrantes da força-tarefa da Lava Jato, como o atual ministro da Justiça Sergio Moro e o procurador e coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol. O deputado iniciou o seu discurso relatando que o jornalista que fez a matéria, Glenn Greenwald, é renomado internacionalmente e vencedor de diversos prêmios importantes de jornalismo.

 “A operação Lava Jato conseguiu ser destaque no mundo. Sergio Moro inclusive foi visto por muitas pessoas como um herói, mas depois a casa começou a cair quando se descobriu que já tinha um compromisso do presidente Bolsonaro com ele, mesmo antes do processo eleitoral, que ele seria ministro e depois assumiria o Supremo, então começaram a surgir as dúvidas”, relatou o parlamentar.

De acordo com o deputado, foi divulgado apenas 1% das mensagens, ainda existem mais de 1.700 páginas de conversas consideradas “ilegais e imorais”. “As mensagens também tiveram origem ilegais. Escutas obtidas sem autorização jurídica que nem o próprio ex-juiz negou, apenas disse que a forma da exposição foi ilegal. Também concordo que foi, mas as mensagens até agora não foram negadas”, disse o deputado.

Na opinião do deputado Sandro Pimentel, o presidente Jair Bolsonaro já deveria ter afastado o ministro Sergio Moro, uma vez que a revelação das mensagens torna a operação duvidosa. “Nós defendemos e valorizamos iniciativas que combatam a corrupção, mas que sejam feitas com uma balança fiel e não com politicagem. Poderia ser a melhor operação, mas foi uma farsa. A justiça precisa estar em um patamar superior, o próprio nome já diz tudo, é para ser justo” opinou Sandro Pimentel.