Juíza investigada por Moraes se transforma em asilada política nos EUA

07 de Janeiro 2024 - 05h29
Créditos: Reprodução Redes Sociais


Autora do livro ‘O inquérito do Fim do Mundo’, e afastada do cargo de juíza na Justiça de Minas Gerais, a brasileira Ludmila Lins Grilo, que ainda é alvo de dois processos no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e investigação no Supremo Tribunal Federal (STF), declarou durante esta semana que está nos Estados Unidos, onde se asilou politicamente desde 2022.

Só depois de um ano de residência ela revelou a saída do Brasil. “Passei todo esse tempo reorganizando minha vida, e chegou a hora de revelar o que aconteceu. Sou, oficialmente, uma juíza brasileira em asilo político nos Estados Unidos”, escreveu a magistrada em um blog pessoal.

Ludmila conta que ainda exercia a atividade de juíza quando se instalou nos Estados Unidos e que cumpria a programação diária da vara criminal, por videoconferência. “Venho perante a comunidade internacional como juíza aposentada em minha terra natal, o Brasil. Lamentavelmente fui obrigada a deixar o meu país devido às consequências terríveis de uma ditadura judicial que havia se enraizado”, denunciou em vídeo que circula internet.

A juíza também se comprometeu em amplificar globalmente a voz dos perseguidos pela ‘ditadura judicial’ instalada no Brasil.

Em 2022, a magistrada passou a ser investigada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, por opinar sobre política e sobre o inquérito das fake news nas redes sociais.

Um processo disciplinar também foi aberto contra Ludmila em junho do mesmo anos, por  autoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) depois que a então magistrada condenou, nas redes sociais, ‘juízes que acreditam em denúncias sem provas em casos de estupro, lesão corporal e outros crimes contra mulheres – o que chamou de ‘fé cega da justiça’.

Em fevereiro de 2023, o CNJ instaurou dois processos disciplinares contra Ludmila e determinou seu afastamento do cargo de titular da Vara de Infância e Juventude de Unaí (MG).

No mês seguinte, o TJ-MG ‘bateu o martelo’ sobre a  aposentadoria compulsória da juíza. Ludmila foi acusada de violar deveres do magistrado e adotar procedimento incompatível com a dignidade, a honra e o decoro de suas funções.

“Estamos num momento em que a Suprema Corte está violando direitos alheios e não adianta eu recorrer, não vou me dar a esse trabalho. Estamos em uma ditadura judicial”, arrematou.

Com informações de Diário do Poder