Itep se pronuncia sobre especulações da morte do estudante de medicina Yago Fernandes

31 de Janeiro 2023 - 12h04
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Após contestações feitas pela família do estudante de medicina da UFRN, Yago Fernandes, que morreu no dia 12 de março de 2022, o Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep-RN) se pronunciou nesta segunda-feira (30). Segundo o órgão, o estudante teria cometido suicídio, após ingerir um cogumelo alucinógeno e ter se jogado do 8° andar de um prédio em Parnamirim, na Grande Natal. Os parentes, que decidiram contratar um perito particular para analisar o caso, alegam que não se tratou de um suicídio, mas de um homicídio.

Quem falou sobre o caso nesta segunda foi o diretor-geral do Itep-RN, Marcos Brandão. Ele rebateu a tese da família e citou exames que apontam o consumo de alucinógenos pelo jovem.

"A gente foi pra Unicamp, onde temos um contato muito bom com o chefe do laboratório de toxicologia, que é uma autoridade no assunto, foi presidente da sociedade toxicologia.  Quando foram fazer a perícia, eles tinham calibrado o aparelho para uma quantidade ínfima, uma quantidade pequena. Quando chegou a amostra, a detecção foi tão grande que estorou o equipamento. Inclusive há até a possibilidade de que ele tenha ingerido o cogumelo, e não de apenas ter tomado o chá. E esse cogumelo é alucinógeno por si só, ele gera umas alucinações básicas que dá o impeto de saltar e isso está documentado. Isto está baseado em provas técnicas documentadas e embasadas cientificamente, não estou aqui com bla bla bla de ficar apontando coisas que são da minha cabeça. A gente tem que embasar", disse o diretor do Itep, Marcos Brandão.

Em oposição, o diretor afirma que o trabalho feito pelo perito contratado pela família está embasado em conversas e depoimentos. Ele também discorda da análise das lesões da vítima feito pelo profissional.

"Um ponto que está sendo discutido é: 'ah porque não houve lesão cerebral?'. Sim, mas quer dizer que a lesão cerebral está servindo como base para discutir se foi homicídio ou suicídio? Pelo alinhamento do assistente técnico, que nem perito é, ele está dizendo que não havendo lesão de crânio iria indicar que foi homicídio. Onde que a lesão de crânio vai indicar que foi suicídio ou homicídio? O importante é a dinâmica que foi a precipitação, nem sempre vai haver uma lesão de crânio por conta da forma que se impacta no chão", afirmou Marcos Brandão. 

O diretor defendeu que o laudo do Itep sobre o caso pode ser contraposto, desde que seja documentada de forma técnica. Ele reafirma que o órgão não tem interesses sobre o caso e que todos os documentos emitidos estão bem embasados.

Com informações da Tribuna do Norte