Istoé revela "bombas" guardadas por Bebianno para implodir governo Bolsonaro

23 de Fevereiro 2019 - 05h10
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No auge de sua revolta, o ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gustavo Bebianno fez confidências a um círculo muito restrito de amigos. Na quarta-feira 20, a revista ISTOÉ conversou com dois desses interlocutores. A eles, Bebianno revelou ter armazenado ao menos quatro bombas capazes de produzir estragos no epicentro de um governo já desgastado e manquitolante. Quais sejam:

1 Sua mulher, a advogada Renata Bebianno foi a responsável por toda a prestação das contas da campanha enviadas à Justiça Eleitoral. Ela e Bebianno guardam em sua casa, no Rio de Janeiro, dentro de enormes caixas, todos os documentos. Têm em seu poder, cópias de todos os recibos, cheques, transferências bancárias. Guardaram recibo por recibo, que podem ser usados a qualquer tempo caso achem conveniente.

2 Bebianno mantém em sua residência uma lista com os nomes de todos os candidatos do PSL para os quais destinou os R$ 9,2 milhões do Fundo Especial de Financiamento de Campanha. Além do presidente Jair Bolsonaro, o partido lançou 1.543 candidaturas a deputados estaduais, federais, senadores e governadores em todo o País. O ex-ministro foi o responsável por costurar os acordos regionais que deram sustentação à candidatura de Bolsonaro e de expoentes da legenda. “Ele conhece todos os segredos da campanha”, assegurou um de seus amigos mais próximos.

3 O ex-ministro conhece os bastidores do processo que garantiu a candidatura de Bolsonaro à Presidência. Bebianno foi quem contratou o advogado Antônio Pitombo para defender o presidente no episódio envolvendo a deputada Maria do Rosário (PT-RS), em que ele foi denunciado por “incitação ao estupro”. O caso foi parar no STF, porque os dois eram deputados e possuíam foro privilegiado, onde Bolsonaro respondeu a uma ação penal. Se fosse condenado, Bolsonaro teria se tornado inelegível, assim como aconteceu com Lula. Os dois advogados conseguiram que a Justiça Eleitoral não considerasse Bolsonaro ficha suja, como queriam os adversários. Bebianno ainda é advogado de Bolsonaro em todos os cinco processos (inclusive os criminais) que o presidente responde na Justiça.

4 O processo não contou só com a eficiência de Bebianno e Antônio Pitombo para evitar que o candidato do PSL ficasse fora da disputa. O papel da advogada Renata Bebianno, que já havia atuado no escritório de advocacia do jurista Sérgio Bermudes, no Rio, um dos maiores do País, foi fundamental. Aqui surge outro personagem. É que nesse escritório também trabalha como sócia a advogada Guiomar Feitosa de Albuquerque Lima Mendes, mulher do ministro do STF, Gilmar Mendes.