Igreja recua e sai em defesa de vereador do PT que comandou invasão ao templo

30 de Março 2022 - 04h42
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A Mitra da Arquidiocese de Curitiba recuou e decidiu fazer uma manifestação em defesa do vereador do PT Renato de Almeida Freitas, que, em fevereiro, conduziu um protesto na Igreja do Rosário, na capital paranaense, pela morte de Moïse Kabagambe, dias antes, o congolês havia sido espancado até a morte no Rio de Janeiro.

Na semana passada, o Conselho de Ética da Câmara Municipal rejeitou pedido de arquivamento e deu prosseguimento ao processo que poderá resultar na cassação do mandato do vereador petista por quebra do decoro parlamentar.

Em documento enviado ao relator do caso, vereador Sidnei Toaldo (Patriota), a procuradora da Arquidiocese de Curitiba, Cynthia Glowacki Ferreira, disse que o vereador petista e demais manifestantes só entraram na igreja após o término da missa. Cynthia, que representa juridicamente a Igreja Católica local, também afirmou que o protesto foi legítimo.

“A movimentação contra o racismo é legítima, fundamenta-se no Evangelho e sempre encontrará respaldo da Igreja. Percebe-se na militância do vereador o anseio por justiça em favor daqueles que historicamente sofrem discriminação em nosso país. A causa é nobre e merece respeito”, diz trecho do ofício, datado da última sexta-feira (25) e ao qual O Antagonista teve acesso (leia abaixo).

A procuradora ainda afirmou que “os fatos ocorridos apresentaram certos excessos, como o desrespeito pelo lugar sagrado”, mas ponderou que o vereador “procurou as autoridades religiosas, reconheceu seu erro e pediu desculpas”.

Por fim, a representante da Igreja pediu que a Câmara Municipal aplique “medida disciplinadora proporcional ao incidente” e “não se adote a punição máxima”, ou seja, não casse o mandato de Renato.

A mesma procuradora, dias após o protesto, chegou a registrar um boletim de ocorrência, que tinha o vereador como alvo, por atentado à liberdade de culto. À época, dom José Antonio Peruzzo, arcebispo de Curitiba, divulgou uma nota dizendo, entre outras coisas, que “o que houve foram agressividades e ofensas”. O bispo acrescentou que era fácil ver quem estimulou o ato.

Com informações de O Antagonista