Hospital Sírio-Libanês é condenado a pagar R$ 1 milhão por morte de bebê

03 de Agosto 2023 - 06h34
Créditos:

O Hospital Sírio-Libanês foi condenado em segunda instância a indenizar os pais de um garoto de um ano de idade que, de acordo com a decisão, por erro e negligência médica, morreu após seis horas de intenso sofrimento e agonia.

O hospital e os médicos responsáveis pelo atendimento terão de pagar uma indenização calculada em cerca de R$ 969,6 mil, valor que será ainda acrescido de juros e correção monetária.

"A demora na avaliação do paciente lhe tirou a única chance de sobrevivência", afirmou a desembargadora Hertha Helena de Oliveira, relatora do processo, na decisão. "É estarrecedora a conduta da médica."

Ainda cabe recurso. O hospital e os médicos negam que tenha ocorrido falha ou negligência.

Após ser diagnosticado como portador de uma doença chamada DGC (doença granulomatosa crônica), Pedro de Assis Cândido foi internado no Sírio em março de 2018 para fazer um transplante de medula óssea. A doença é um distúrbio de origem genética que provoca uma disfunção nos fagócitos. As pessoas com essa doença não têm capacidade para combater bactérias e fungos.

No hospital, o garoto recebeu uma dose de quimioterapia com o objetivo de destruir a medula doente e prepará-lo para receber a nova. No entanto, na sequência, de acordo com o processo, começou a demonstrar sinais de incômodo, que se transformaram em dores intensas, com choro incontrolável e gritos de desespero.

Os pais dizem que imploraram pela presença de um médico, mas que eles surgiram apenas quando houve uma parada cardiorrespiratória, horas depois. Mesmo assim, dizem, ele não foi transferido imediatamente para a UTI por "falta de vagas", recebendo duas doses de morfina. Posteriormente, sofreu outra parada cardiorrespiratória, morrendo na manhã seguinte.

O Sírio foi condenado em primeira instância em março do ano passado. A juíza Thania Cardin afirmou na sentença que o que ocorreu foi uma "verdadeira cena de horror, tortura e menoscabo à dignidade e à vida do ser humano".

Com informações de UOL