Homem morre após consumir baiacu mal preparado

28 de Janeiro 2024 - 06h43
Créditos: João Luiz Gasparini

Após consumir o peixe baiacu mal preparado, Magno Sérgio Gomes, 43 anos, veio a óbito neste sábado (27), no hospital São Camilo, em Vitória, Espírito Santo. Seu amigo, que também ingeriu o peixe, sobreviveu.

De acordo com Myrian Gomes Lopes, irmã de Magno, ele ganhou o peixe de um amigo no dia 22 de dezembro. No dia seguinte, em sua residência, os dois limparam o baiacu, removeram apenas o fígado, ferventaram o órgão e o consumiram com limão e sal. “Magno nunca tinha limpado baiacu antes”, relatou Myrian.

Cerca de 45 minutos após a ingestão, ambos começaram a passar mal. Magno dirigiu-se ao hospital junto à esposa, sendo imediatamente intubado em função de uma parada cardíaca de oito minutos.

Com o quadro preocupante, o homem foi transferido para um hospital na capital. Após uma internação de 35 dias, infelizmente, a vítima não resistiu. “Os médicos disseram para a nossa família que ele morreu por envenenamento, que logo subiu para a cabeça”, explicou Myrian.

O amigo que igualmente ingeriu o peixe, por outro lado, recebeu alta uma semana após o episódio. Segundo Myrian, ele apresentou dificuldades para andar devido a impactos neurológicos, no entanto, já encontra-se em recuperação.

João Luiz Gasparini, biólogo especialista em peixes, alertou que os baiacus são peixes venenosos frequentes na costa brasileira.

“No Brasil, existem pelo menos 20 espécies de baiacus. No Espírito Santo, há pelo menos uma dezena. Todos possuem uma toxina chamada tetrodotoxina, altamente potente, que pode causar desde uma leve dormência até parada cardiorrespiratória”, elucida Gasparini.

Outro ponto em questão é o tipo de baiacu consumido. “Possivelmente ele pode ter consumido outra espécie menor, que habitualmente não se consome. É necessário confirmar a espécie consumida”, disse o biólogo.

Eles ainda acrescentou a importância de um preparo correto desse peixe: “É preciso saber limpar. Precisa retirar a vesícula biliar, sem estourar a bolsinha. Isso é primordial e os limpadores de peixes das peixarias e mercados fazem isso com muita habilidade e cuidado”, concluiu o biólogo.

Com informações de O Antagonista