Em carta aberta, dezenas de pesquisadores de diferentes países questionaram o estudo sobre os efeitos da hidroxicloroquina em 96 mil pacientes de Covid-19, internados em 671 hospitais ao redor do mundo. O estudo foi publicado na revista científica britânica The Lancet e embasou a decisão da Organização Mundial de Saúde de suspender os testes clínicos com a droga.
Eles lançaram dúvida sobre a metodologia utilizada pelo estudo, que não teria seguido os padrões estabelecidos pela comunidade científica, inclusive no plano estatístico.
Afirmam que o número de casos e mortes referentes à África relatados é “improvável”, por vício de amostragem, e estranham o registro de doses diárias de hidroxicloroquina de 100 mg a mais do que a recomendada pela FDA, a agência americana para remédios e alimentos, apesar de 66% dos dados serem provenientes de hospitais americanos.
Os signatários da carta aberta apontam, ainda, falta de compartilhamento das informações da parte dos autores, para que o estudo seja submetido a escrutínio independente, e pedem à OMS ou outra instituição respeitada que seja criado um grupo de trabalho para analisar os dados que levaram à conclusão de que o uso de hidroxicloroquina no tratamento de Covid-19 aumenta o índice de mortalidade entre os pacientes da doença.
A imparcialidade da revista The Lancet, neste caso, também foi contestada.
Com informações de O Antagonista