Grupo de empresários comprou vacinas e tomou escondido, diz revista

25 de Março 2021 - 04h01
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Reportagem da revista Piauí publicada nesta quinta afirma que um grupo de políticos e empresários, além de seus familiares, tomou nesta terça-feira a primeira dose da vacina da Pfizer contra a Covid-19 que eles teriam comprado sem repassar ao SUS. As duas doses custaram R$ 600 a cada pessoa.

O grupo é formado principalmente por pessoas ligadas ao setor de transporte de Minas Gerais. Ainda de acordo com a reportagem, pessoas que foram vacinadas afirmaram que os irmãos Rômulo e Robson Lessa, donos da viação Saritur, organizaram a imunização do grupo. Uma garagem de uma empresa do grupo foi improvisada como posto de vacinação.

No começo de março, o Congresso aprovou uma lei que autoriza a compra de vacinas pela iniciativa privada. No entanto, elas precisam ser repassadas ao SUS até que os grupos de risco — compostos de idosos e pessoas com comorbidades, o que reúne 77,2 milhões de brasileiros, de acordo com o Ministério da Saúde — tenham sido plenamente imunizados no país.

Até agora, 12,7 milhões de pessoas foram imunizadas com a primeira dose e 4,3 milhões tomara a seguda, de acordo com o consórcio de imprensa.

Esse patamar ainda não foi atingido. No entanto, mesmo depois da imunização dos grupos prioritários, as vacinas compradas pela iniciativa privada devem ser divididas meio a meio com o SUS, numa operação fiscalizada pelo ministério.

De acordo com a Piauí, o deputado estadual de Minas Alencar da Silveira (PDT) também foi vacinado, conforme relatos de pessoas presentes. Ele, no entanto, negou a informação quando foi procurado. De acordo com relatos feitos à reportagem, o grupo foi vacinado por uma enfermeira que atrasou porque estava imunizando outro grupo na Belgo Mineira, uma mineradora da região da ArcellorMittal Aços.