Governador afastado do RJ vira réu por corrupção e lavagem de dinheiro

11 de Fevereiro 2021 - 13h58
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A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) recebeu, por unanimidade, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), por corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

Witzel foi afastado do cargo por 180 dias no último mês de agosto e agora teve o afastamento prorrogado por mais um ano. Ele também ficou proibido de retornar ao Palácio das Laranjeiras, residência oficial dos governadores do Rio de Janeiro, e de fazer uso dos espaços públicos, como o Palácio da Guanabara, usado para despachos. 

Com a decisão, Witzel virou réu no STJ por suposto esquema liderado pelo governador para estruturar uma organização criminosa que movimentou R$ 554.236,50 em propinas pagas por empresários da área da saúde ao escritório de advocacia de sua esposa, Helena Witzel.

“Essa talvez tenha sido coisa mais chocante que eu tenha visto nessa pandemia. Ao invés de proporcionar um momento em que as pessoas tentam minimizar essa dor, elas usaram a verba do governo federal em benefício próprio, em um momento equiparativo à guerra, as pessoas usaram o dinheiro em benefício próprio”, afirmou a subprocuradora-geral da República Lindôra Maria Araújo ao ler a denúncia.

A PGR narrou que o governador liderou, de março a maio de 2020, três grupos empresariais que disputavam o poder no governo do RJ mediante o pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos.

De acordo com os investigadores, esses grupos lotearam algumas das principais pastas do Estado para implementar esquemas que beneficiassem suas empresas. Em troca do apoio do governador, os empresários faziam contratos fictícios com o escritório de Helena Witzel, o que possibilitava a transferência indireta de valores de Mário Peixoto e Gothardo Lopes Netto para Wilson Witzel.

A defesa do governador afastado alegou, inicialmente, que não teve acesso à delação do ex-secretário de Saúde que originou a denúncia — e criticou um “crédito demasiado à palavra de delatores”. “Não há prova sequer para o recebimento de uma denúncia contra o governador”, afirmou o advogado Roberto Podval.

Fontes: Veja e CNN