
Os presos Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, estavam em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) desde setembro do ano passado e sem sair, cada um, de sua cela individual.
A informação foi dada pelo juiz-corregedor do presídio de Mossoró, Walter Nunes, em entrevista à imprensa nesta semana.
Nos presídios federais, os presos em RDD não podem sair para o pátio do banho de sol. As celas dessa ala têm o próprio solário. É praxe que os recém-chegados fiquem um período nessa situação.
Nas conversas com jornalistas, Walter Nunes disse não entender como os fugitivos tiveram acesso às barras de ferro, se estavam proibidos de deixar o xadrez.
O juiz federal afirmou que os buracos encontrados nas paredes das duas celas só puderam ser feitos com as barras de ferro. Na avaliação do corregedor, não há dúvida de que alguém entregou as ferramentas nas celas dos prisioneiros.
O RDD nos presídios federais é o castigo dos castigos. O período de internação nesse sistema pode variar até um ano. Só depois de encerrada essa internação, chamada de "tranca dura" pelos presidiários, o detento pode ir para a vivência comum e para o pátio de banho de sol.
Barras de ferro e marreta
No dia da fuga, a penitenciária passava por uma reforma em um dos pavilhões. As suspeitas são de que alguém pegou as ferramentas e levou para os presos nas celas. As investigações devem apontar se foram policiais penais ou funcionários terceirizados.
Agentes penitenciários estaduais de Mossoró, ouvidos pela reportagem de UOL na condição de anonimato, viram as fotos dos buracos nas paredes das celas, divulgadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, e disseram acreditar que os fugitivos podem ter usado não apenas barras de ferro, mas também marretas.
Com informações de UOL