Folha de S. Paulo sobre governo: "Lula sabota o país"

29 de Outubro 2023 - 04h09
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O petista admitiu que não haverá déficit zero em 2024 e chamou o mercado de ‘ganancioso’

No editorial de sábado, 28, a Folha de S.Paulo argumenta que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sabotando o país ao não levar em consideração a importância de reduzir os gastos públicos e diminuir o déficit fiscal em 2024 e nos anos seguintes.

Na sexta-feira 27, o político do Partido dos Trabalhadores declarou aos repórteres que não será possível alcançar um déficit zero em 2024, o que contradiz as promessas feitas pela equipe econômica, devido à falta de cortes nos investimentos e obras. Segundo a Folha, Lula demonstrou falta de conhecimento ao afirmar que o mercado é excessivamente ganancioso e cobra metas que ele sabe que não serão cumpridas.

“Trata-se de fantasia e desinformação deliberada”, acusa o jornal. “Recusar mais déficit não é ganância; ganância com ganhos para os mais ricos haverá com crescimento do déficit. O governo federal terá de expandir a tomada de empréstimos a taxas elevadas — até mesmo por esse tipo de declaração do presidente.

Adotando um tom elogioso ao ministro da Fazenda, que tem “trabalhado para conter o crescimento de déficit e dívida do governo”, a Folha diz que “Fernando Haddad talvez não imaginasse que o próprio presidente da República disparasse um torpedo contra o projeto já não muito rigoroso de estabilização das contas públicas”, em referência ao arcabouço fiscal.

Segundo o editorial, “a fala de Lula se junta a esse ímpeto parlamentar destrutivo”, referindo-se a projetos propostos por deputados ou leis aprovadas no Congresso “para aumentar a despesa ou reduzir a receita”. “O presidente parece se comportar como um prefeito desinformado ou um deputado paroquial, para quem governar é inaugurar obras, sem se importar com consequências”, critica a Folha.

Para finalizar, o texto afirma que o desprezo por uma meta necessária e definida em projeto de lei, cria e antecipa problemas. “Que fique claro: Lula não está propondo um programa econômico controverso, está sabotando o próprio governo. Além de danoso, é incompreensível”, conclui o jornal.

Com informações da Folha de S. Paulo