Uma mutação suspeita de aumentar a transmissão do novo coronavírus já está presente nas amostras coletadas na maioria dos pacientes em seis de oito estados analisados, segundo nota da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgada nesta quinta-feira (4).
A mutação é a E484K, uma das alterações do vírus identificada na P.1, a variante brasileira do Sars-Cov-2. Ela também está presente em outras duas variantes que causam preocupação pelo mundo: a B.1.1.7, identificada no Reino Unido, e B.1.351, na África do Sul. As três são chamadas pelos especialistas de "variantes de preocupação".
Há suspeita de que ela ajude o Sars-Cov-2 a se tornar mais transmissível e ainda seja responsável pelo possível enfraquecimento da ação dos anticorpos humanos contra o vírus. Apesar das evidências, os cientistas ainda conduzem estudos sobre o impacto das novas variantes na pandemia.
Estados mais afetados
Pesquisadores da Fiocruz desenvolveram um protocolo que identifica a E484K e analisaram mil amostras coletadas em fevereiro nos seguintes estados: Ceará, Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Alagoas e Minas Gerais.
Em dois deles, no Paraná e no Ceará, o índice de prevalência da mutação superou os 70% nas amostras.
- Ceará - 71,1%
- Paraná - 70,4%
- Santa Catarina - 63,7%
- Rio de Janeiro - 62,7%
- Rio Grande do Sul - 62,5%
- Pernambuco - 50,8%
- Alagoas - 42,6%
- Minas Gerais - 30,3%
As informações são do G1