Filho de Bolsonaro cita 1964 e fala em militares para 'zerar o jogo'

28 de Maio 2020 - 12h06
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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse hoje que será natural se a população recorrer às Forças Armadas caso esteja insatisfeita com o desempenho do Congresso Nacional e do STF (Supremo Tribunal Federal). Apesar de dizer que um golpe militar não vem sendo discutido, o filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) citou o golpe de 1964 como exemplo de "clamor popular" por uma intervenção dos militares para dirimir problemas entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o deputado afirmou que o STF vem interferindo no Poder Executivo e isso poderia levar a uma insurgência por parte da população.

"E vou me valer de novo das palavras de Ives Gandra Martins: o poder moderador para reestabelecer a harmonia entre os poderes não é o STF, são as Forças Armadas", disse Eduardo.

Eles [Forças Armadas] vêm, põem um pano quente, zeram o jogo e, depois, volta o jogo democrático. É simplesmente isso".

O terceiro filho do presidente lembrou o golpe militar de 1964 - que durou 21 anos e impôs a ditadura militar no Brasil, com restrição de direitos e perseguição a opositores políticos do governo. Ele disse que a população foi às ruas e que era um período de instabilidade muito grande, indiretamente associando à fase vivida atualmente no país.

"Os militares só entraram em ação depois do clamor popular. Ninguém quer isso. No entanto, as pessoas que não conseguem enxergar dentro do STF e no Congresso instrumentos para reverter esse tipo de desarmonia entre os poderes, eles se abraçam no artigo 142".

O citado artigo da Constituição Federal — promulgada em 1988, após o período de ditadura militar — diz respeito sobre os direitos, deveres e a organização das Forças Armadas. Nele, fica esclarecido que as Forças Armadas são subordinadas ao presidente e que compete a elas a garantia dos poderes constitucionais.

Com informações de UOL