Filha de ex-governador do RN acusada de "fantasma" trabalha em SP por R$ 14 mil

17 de Agosto 2019 - 03h50
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Hoje respondendo a uma acusação de improbidade administrativa por supostamente ter sido funcionária fantasma, Janine Faria é uma das mais novas assessoras comissionadas do Metrô de São Paulo, com salário de R$ 14.212. Janine é filha do ex-governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, que perdeu a eleição no ano passado.

Seu emprego na estatal como pessoa ligada ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi aprovado por um diretor do Metrô e por dois secretários de Estado, como outros casos de cargos comissionados.

A defesa de Janine nega que ela tenha sido funcionária fantasma e diz que trabalha assiduamente no Metrô. Em nota, o Metrô disse à Folha de S. Paulo não ter encontrado qualquer impedimento na lei para contratá-la.

Janine Faria se declara influenciadora digital —tem mais de 100 mil seguidores no Instagram.

Em decisão liminar, Janine chegou a ter parte de seus bens bloqueados na Justiça potiguar para reparar as perdas do Estado com os salários pagos a ela de 2011 a 2016. Segundo o Ministério Público do Rio Grande do Norte, o prejuízo ao estado foi de R$ 704 mil, em valores atualizados. Os bens foram bloqueados para que, caso ela seja condenada, a Justiça consiga restituir as perdas.

Nesse período, Janine deveria ter como local de trabalho o gabinete do deputado estadual José Dias (ex-PSD e atualmente no PSDB), que está em seu nono mandato no estado, onde atuava como secretária parlamentar, com salário que variava de R$ 6.700 a R$ 8.100. José Dias também é acusado na mesma ação.