Feijão carioca pode ganhar mercado fit como substituto do whey protein

13 de Outubro 2023 - 08h59
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Um estudo inédito realizado pela equipe de pesquisadoras da Embrapa Alimentos, unidade do Rio de Janeiro, publicado nesta semana, trouxe como resultado o concentrado proteico produzido a partir do feijão carioca e que tranquilamente poderia ser chamado de ‘bean protein’, em referência ao ‘whey protein’, que é composto a partir do soro do leite.⁠

Com quase 80 gramas de proteína para cada 100 gramas de feijão, o que representa cerca de 80% da sua composição, o ingrediente possibilita o acréscimo de teor de proteína a alimentos à base de vegetais que são similares a produtos de origem animal, como hambúrgueres, empanados, salsichas, linguiças, leites vegetais e iogurtes. O concentrado proteico também pode ser usado em panificação, bebidas e suplementos alimentares.

O principal objetivo da pesquisa foi obter um ingrediente proteico de alta qualidade, com matéria-prima nacional. “Começamos a desenvolver o projeto em 2019, quando ninguém no Brasil ainda pensava na proteína de feijão”, diz Caroline Mellinger, pesquisadora da Embrapa. “Passamos pela paralisação da pandemia e estamos entregando, em 2023, um insumo inovador, com características competitivas aos ingredientes que se encontram no mercado e com potencial para produção nacional. Entendemos que estamos sendo pioneiros nessa tecnologia e estamos muito felizes em fazer parte dessa história.”

A pesquisadora Janice Lima, que também participou do estudo, acrescenta que, ao comprar um alimento, por exemplo, na prateleira do supermercado, é interessante o consumidor ver que ele contém proteína de feijão. “E essa proteína de feijão pode substituir a proteína de ervilha, que é majoritariamente importada, e muito usada atualmente, ou seja, estamos trabalhando com uma matéria-prima de origem nacional que todo mundo conhece e está habituado”, afirma Janice. “Então o concentrado de feijão funciona como um substituto de ingredientes importados e, também, da proteína de soja que pode ser produzida no Brasil, mas que alguns consumidores optam por não comprar.”

Com informações de Forbes Agro