EUA ordenam fechamento de consulado chinês, e Pequim prepara retaliação

22 de julho 2020 - 06h17
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 Os Estados Unidos ordenaram o fechamento do consulado chinês em Houston "para proteger a propriedade intelectual americana e as informações privadas dos americanos", disse uma porta-voz do Departamento de Estado nesta quarta-feira. Pequim, que tem três dias para encerrar as atividades no consulado, protestou vigorosamente contra a decisão, anunciada num contexto de escalada da crise diplomática entre os países.

— A Convenção de Viena diz que os diplomatas de Estado devem "respeitar as leis e as regras do país anfitrião" e "têm o dever de não interferir nos assuntos internos desse Estado" — afirmou a porta-voz Morgan Ortagus, durante visita do secretário de Estado americano, Mike Pompeo, a Copenhague.

A decisão tem como pano de fundo as tensões crescentes entre os dois países em várias frentes: a polêmica lei de segurança nacional em Hong Kong, as acusações de espionagem contra a China, e a situação humanitária na região de Xinjiang (ao Noroeste da China), onde vive a minoria muçulmana uigur.

— Os Estados Unidos não vão tolerar qualquer violação da nossa soberania, nem intimidação do nosso povo por parte da China, como tampouco toleramos as práticas comerciais injustas, o roubo dos empregos americanos e outros comportamentos. O presidente Trump insiste na justiça e na reciprocidade em nossas relações com a China — acrescentou a porta-voz.

A China tem cinco consulados nos Estados Unidos. O de Houston (Texas) foi aberto em 1979.

Segundo jornais locais, os bombeiros foram ontem à noite ao consulado chinês, porque documentos estavam sendo queimados no pátio do edifício. No Twitter, a polícia local disse que se via fumaça, mas que as forças de ordem "não receberam autorização para entrar" no edifício.

O Globo