Especialista dá dicas para uma boa transição de empresas familiares

25 de Fevereiro 2019 - 03h21
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As empresas familiares correspondem a cerca de 80% dos negócios brasileiros e, apesar de serem, muitas vezes, companhias sólidas, precisam lidar com muitos desafios para se manterem no mercado. Um dos maiores obstáculos responsável pela mortalidade de muitas das companhias é a sucessão do negócio, quando o fundador transfere a empresa para seu herdeiro. De acordo com as estatísticas, apenas 30% dos negócios sobrevivem a essa primeira gestão e somente 5% chegam à 3ª geração familiar. Apesar dos números alarmantes, cada vez mais empresários estão com essa visão e preocupação com o futuro.

“O ato de planejar a sucessão familiar é muito importante para as empresas, pois pressupõe a continuidade do negócio, mas essa é uma das tarefas mais difíceis do mundo dos negócios. Não é possível tratarmos apenas os aspectos puramente lógicos da administração, pois esse tipo de planejamento envolve pontos afetivos e emocionais, relacionados com a própria estrutura familiar”, destaca Nayla Frota, gerente societária da Rui Cadete.

Para a especialista, a sucessão é um processo que deve ser pensado em várias fases e levados em consideração aspectos familiares, gerenciais, culturais, sociais e estratégicos. Essa precaução é necessária porque, durante a sucessão, temas como morte, predileção, cônjuges, impostos, regimes de casamento e outros precisam ser debatidos de forma racional a fim de facilitar as decisões.

Nayla Frota dá algumas dicas para o empresário que se prepara para esse momento, que é crucial para a sobrevivência da companhia:

1) Elabore um plano que deve ser fácil de modificar e alterar, pois situações que envolvem os negócios, bem como família e saúde, são dinâmicas e quanto antes começar, mais leve será o processo.

2) Planejar a sucessão envolvendo a família reduz conflitos mais tarde e permite que o empresário determine o melhor sucessor de forma transparente e com a participação de todos no processo.

3) Identificar seu sucessor. O empresário (fundador) tem que observar a família, ver as habilidades e pontos fortes de cada um, pensando sempre no que é melhor para o negócio.

4) Qualificar (treinar) o sucessor. Estabelecer tempo para treinar aquele que administrará o negocio, pois o planejamento deve ir além da transferência.

5) Contar com a consultoria de advogados, contadores, RH, consultor financeiro, pois esses profissionais podem auxiliar na elaboração do plano sucessório.

6) Lembrar que esse processo é transitório, tendo melhores resultados com a presença do fundador; sua vivência à frente do negocio poderá ser compartilhada e desenvolvida com o sucessor. Para o bom resultado, o fundador do negocio e seu sucessor devem andar lado a lado, respeitando o perfil e as características um do outro e extraindo o melhor dessa vivência.