Em depoimento à PF, Marcos do Val culpa Silveira por reunião sobre golpe

03 de Fevereiro 2023 - 04h02
Créditos:


O senador Marcos do Val prestou depoimento à Polícia Federal, nesta quinta-feira (2), no âmbito da investigação que apura os atos de 8 de janeiro. Na saída, o parlamentar reafirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou em silêncio durante uma reunião na qual o ex-deputado federal Daniel Silveira teria falado sobre um plano de golpe de Estado.

Ao sair da PF, o parlamentar reforçou a versão de que Silveira seria o responsável por, no final do ano passado, arquitetar um plano para grampear o gabinete do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, em tentativa de provar suposta interferência do magistrado no processo eleitoral para beneficiar Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Inicialmente, o senador afirmou que a reunião com o ex-deputado e Bolsonaro teria ocorrido no Palácio da Alvorada.

“O Daniel que puxou o assunto. A ideia dele é que pudesse resolver um problema dele e do presidente”, afirmou.

A oitiva na PF durou cerca de quatro horas. O parlamentar chegou à sede da corporação, em Brasília, por volta das 16h30 e deixou o prédio às 21h.

A PF pediu para ouvir Do Val após o senador acusar o ex-deputado federal Daniel Silveira de arquitetar um plano para reverter a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas últimas eleições. Segundo ele, o ex-mandatário estava presente na reunião em que o então parlamentar fez a proposta.

Marcos do Val chegou a dizer que renunciaria ao mandato, mas acabou desistindo. O parlamentar afirmou que desistiu da ideia após ouvir apelos de outros senadores, como Flávio Bolsonaro (PL-RJ). 

A principal contradição nos relatos de Marcos do Val sobre o encontro com Bolsonaro e Silveira está na atitude do então presidente na ocasião. Em entrevista à revista Veja, antes da posse dos novos congressistas (1°), o senador afirmou ter ouvido diretamente de Jair Bolsonaro detalhes do plano para gravar clandestinamente o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O que corrobora a primeira versão dada pelo parlamentar, mas vai na contramão da segunda -de que Bolsonaro teria ficado calado enquanto Silveira dava detalhes sobre o plano para grampear Moraes.

Com informações de Metrópoles