
O ministro Wolney Queiroz (Previdência Social) disse nesta quinta-feira (29) que, “às vezes”, o desconto automático na folha de pagamento de aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) é “saudável”. Segundo ele, o ideal é ter mecanismos para que as fraudes que vieram à tona no mês passado não se repitam.
“Em alguns momentos, o desconto em folha é saudável para o aposentado. Por exemplo, no crédito consignado, ele faz o desconto. Recebe o valor de um empréstimo e ele devolve. Ele paga aquilo no final do mês, já descontado na folha”, declarou em entrevista ao programa “Bom dia, ministro”, do Canal Gov.
O ministro declarou que, hoje, cerca de 16 milhões de aposentados recorrem ao empréstimo consignado com o desconto automático feito pelo INSS. Caso a modalidade seja eliminada, essas pessoas terão mais dificuldades, pois não vão poder “acessar o crédito” da forma como estão habituadas.
“Agora, o importante é que tenha biometria. O importante é que tenha o consentimento [para o desconto], que não tenha fraudes, que o modelo de governança e de gestão seja aprimorado para que a gente possa ter um modelo confiável”, declarou.
Queiroz afirmou que o governo está adotando mecanismos para proteger os aposentados. Ele citou a redução da quantidade de pessoas que têm acesso à lista dos aposentados e pensionistas do INSS. Segundo ele, havia 3.000 pessoas com senhas que permitiam esse acesso. Agora, são 13.
O ministro destacou que, apesar de considerar a continuidade do desconto em folha importante, cabe ao Poder Legislativo decidir sobre o tema.
“É um assunto que é debatido no Parlamento. O desconto em folha iniciou em 1991 com uma lei do Congresso Nacional. Agora, muitos parlamentares já estão apresentando novos projetos para proibir o desconto em folha de forma, assim, peremptória, para todo mundo”, afirmou.
“Se o Congresso decidir encerrar o desconto em folha para todas as modalidades, nós vamos acatar e vamos procurar uma outra forma”, disse.
Queiroz disse acreditar que o ressarcimento será concluído antes do prazo estabelecido pelo governo, de 31 de dezembro. Ele, no entanto, não especificou uma data.
Conforme o ministro, a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai 1º ressarcir os aposentados lesados pelas fraudes do INSS para depois ir atrás dos recursos para cobrir o rombo.
Queiroz lembrou que entidades investigadas já estão com recursos bloqueados.
Com informações de Poder 360