Deputado filho de brasileiros é cassado nos Estados Unidos

01 de Dezembro 2023 - 11h58
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O Congresso dos Estados Unidos decidiu nesta sexta-feira (1º) cassar o mandato do deputado George Santos, o filho de imigrantes brasileiros que é acusado de uma série de irregularidades, desde mentir sobre seu currículo a uso ilegal de dinheiro de campanha.

Santos, que responde a 23 acusações na Justiça dos Estados Unidos, se tornou assim o sexto deputado na história dos Estados Unidos a ser expulso da Câmara. Ele nega as acusações.

Em sessão para decidir sobre sua cassação, 311 deputados votaram a favor de expulsar o republicano – 24 a mais do número mínimo necessário – e 114 contra. Um fator determinante para a expulsão de Santos foi a quantidade de votos de deputados do próprio partido de Santos favoráveis à sua expulsão.

Parte dos republicanos que o apoiavam mudaram de posição após a divulgação de um relatório que apontou diversas irregularidades e crimes financeiros nos quais ele está envolvido.

Antes de George Santos, o último deputado que teve o mandato cassado foi James Traficant, de Ohio, em 2002.

Na terça-feira (28), já pressionado, Santos disse que não iria renunciar: “Se eu renunciar, facilitarei as coisas para este lugar. Este lugar é administrado com base na hipocrisia. Cansei de desempenhar um papel no circo. Se quiserem que eu deixe o Congresso, terão que fazer uma votação difícil”.

Entre outras coisas, ele é acusado de utilizar dinheiro de doações em cirurgias com técnicas de botox e como usuário do site pornográfico Onlyfans, fraude com cartões de crédito e roubo de identidade. Também é acusado de receber seguro-desemprego ao qual não tinha direito durante a pandemia do coronavírus, antes de sua eleição.

Antes da decisão desta sexta, a Câmara havia feito duas tentativas anteriores de expulsar o deputado, mas as votações fracassaram.

Desta vez, no entanto, a proposta de expulsão ganhou o apoio de muitos correligionários de Santos.

Relatório

Há duas semanas, um relatório dos legisladores republicanos e democratas membros do Comitê de Ética da Câmara encontrou “enormes evidências” de má conduta por parte de Santos e alegou que ele havia “tentado explorar de maneira fraudulenta todos os aspectos de sua candidatura à Câmara para seu próprio benefício financeiro”.

Recentemente, Santos declarou-se inocente de acusações federais como a de ter fraudado doações de campanha, assim como de lavagem de dinheiro e fraude eletrônica.

O legislador chegou ao Congresso em 2022, ajudando os republicanos a conseguir uma maioria mínima na Câmara.

No entanto, pouco tempo depois, revelou-se que havia mentido sobre quase tudo o que constava em seu currículo aparentemente extraordinário.

Com informações do G1