Comando Vermelho envia dinheiro a base de apoio em Mossoró, revela PF em planilhas milionárias

20 de Maio 2025 - 19h16
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A Polícia Federal encontrou planilhas manuscritas, atribuídas ao Comando Vermelho, que apontam que a facção criminosa enviou mais de R$ 30 mil para casas de apoio ao grupo criminoso em Mossoró, no interior do Rio Grande do Norte. A cidade foi destaque em 2024, quando dois integrantes do CV protagonizaram uma fuga inédita do Presídio Federal. 

Segundo destacou o Blog do Dina e o jornal O Globo, além de Mossoró, o dinheiro foi enviado também para Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Brasília (DF). Os documentos fazem parte de uma apuração mais ampla sobre a atuação da cúpula da facção.

As planilhas detalham o fluxo de recursos em fevereiro de 2024 e apontam um volume total superior a R$ 13,8 milhões, sendo R$ 6 milhões registrados como “dinheiro guardado” e R$ 7,8 milhões como “mercadorias” — código usado pela facção para se referir a drogas como cocaína, maconha e skank. 

Entre os gastos apontados nas anotações, estão despesas com advogados (R$ 55 mil), aquisição de drogas (como 30 kg de maconha por R$ 39 mil) e até itens domésticos, como uma cafeteira de R$ 280.

Mossoró na rota da facção

O repasse de recursos para Mossoró reforça o papel estratégico da cidade potiguar no esquema nacional da facção. A presença de uma penitenciária federal no município, onde estão presos líderes de organizações criminosas, incluindo integrantes do próprio Comando Vermelho, é apontada pela PF como o motivo central para a criação de bases de apoio. Essas estruturas oferecem suporte logístico e financeiro aos presos e suas famílias.

Investigações seguem em curso

A Polícia Federal não comentou o caso oficialmente, mas reforça que a descoberta das planilhas contribui para mapear a estrutura e as conexões do Comando Vermelho em diferentes regiões do país — inclusive no Rio Grande do Norte. O conteúdo apreendido reforça a atuação de bases de apoio da facção em cidades com unidades prisionais estratégicas, como Mossoró, que abriga um dos presídios federais de segurança máxima.