Carlos Eduardo muda discurso em 4 meses e expõe oportunismo político no RN

06 de Fevereiro 2022 - 19h51
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Há anos o oportunismo político não ficava tão exposto no Rio Grande do Norte quanto agora. Quatro anos atrás, a então senadora Fátima Bezerra (PT) vencia uma disputa acirrada no segundo turno das eleições contra o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT). As lembranças - em tempos de Internet e redes sociais -, estão disponíveis aos montes e são facilmente encontradas com uma rápida pesquisa no Google. Uma delas, inclusive, viralizou neste final de semana.

Mas, nem precisa voltar tanto assim no tempo. Em setembro de 2021, portanto, há cerca de 4 meses, Carlos Eduardo concedeu entrevista ao vivo ao programa Hora Extra da Notícia na rádio 91.9 FM. Na oportunidade, não fugiu da resposta sobre sua análise do Governo Fátima.

“Eu faria diferente. O Rio Grande do Norte precisa de uma reestruturação administrativa, o RN vem há 13 anos sem nenhuma capacidade de investimento. Se você não tem capacidade de investir na cultura, na Ciência e Tecnologia, em políticas de geração de emprego e renda, o Estado vai para trás e o RN, até essa data de hoje, continua com salários atrasados e sem capacidade de investimento”, disse na época o ex-prefeito, ainda indeciso se seria aliado ou adversário da sua, agora, ex-adversária. Deu para entender?

Do Carlos Eduardo de setembro para o de hoje, que ocupa manchetes na imprensa local confirmando uma provável aliança com o PT para ser o candidato de Fátima ao Senado, mudou apenas a cara de pau.

"A minha avaliação é que ela (Fátima) nesses quatro anos - que completa este ano - conseguiu resolver esses problemas. E contou com a ajuda de Virgínia Ferreira, que foi secretária de planejamento da Prefeitura na minha gestão. O Estado hoje resolveu a crise fiscal e o Estado já passa a ter capacidade de investimento para levar a efeito políticas públicas", disse Carlos na Tribuna do Norte neste domingo (06).

Resta saber como o eleitor, juiz desse jogo, receberá esta união. Em 2008, Carlos Eduardo e Fátima Bezerra protagonizaram outra aliança tão oportunista quanto a que costuram para 2022. Na época, o chamado "acordão" tirou da disputa eleitoral três candidaturas a Prefeitura de Natal (Mineiro pelo PT, Hermano Morais então no MDB e Rogério Marinho ainda no PSB) a favor de Fátima Bezerra. A petista, ungida para a disputa com o apoio das três maiores legendas da época no Estado, acabou sofrendo uma derrota histórica no primeiro turno contra Micarla de Sousa.

O passado ensina. Mas, alguns, não costumam aprender com os erros.