Carinho que faz mal: 5 'cuidados' que na verdade vão estragar o seu carro

23 de Outubro 2023 - 13h11
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Existem pessoas que não economizam dinheiro nem disposição para cuidar do próprio carro.

Se tais cuidados seguirem à risca o plano de manutenções do veículo, provavelmente ele vai durar mais e você vai evitar, lá adiante, problemas graves e caros de consertar.

Contudo, há proprietários que exageram no carinho ou cuidam do jeito errado, Além do desperdício de tempo e dinheiro, há práticas cujo efeito é o oposto do desejado e trazem danos ao amado veículo.

Confira cinco exemplos e evite-os:

1 - Polimento da pintura tem limite

Não há problema algum em lavar o carro nos fins de semana e passar aquela cera caprichada na pintura, desde que o veículo esteja na sombra, para prevenir o aparecimento de manchas.

Também é fundamental usar produtos adequados para esse tipo de cuidado, incluindo esponja e pano de microfibra.

Porém, mesmo se você tiver o conhecimento técnico, saiba que polir a pintura não é algo para se fazer com frequência.

Vale destacar que polimento é uma ação retificadora, para uniformizar, recuperar o brilho e remover imperfeições.

Como o procedimento remove parte da camada de verniz, ele tem um limite. Existem carros que não toleram mais que três polimentos.

2 - Colocar aditivo no óleo ou no combustível

Esse serviço, muitas vezes ofertado em postos de combustível com a promessa de "limpar" o motor e melhorar o consumo e o desempenho, é desnecessário e em alguns casos pode até causar danos, alerta o engenheiro e consultor automotivo Francisco Satkunas.

"Tanto o combustível quanto o óleo lubrificante já são certificados e vendidos com a formulação necessária para proporcionar o funcionamento ideal do motor", afirma.

3 - Limpeza 'preventiva' dos bicos injetores

"Hoje não está prevista a limpeza de bicos injetores no plano de manutenção, ao menos nos manuais que eu já consultei. Desconheço montadoras que recomendam a prática ao atingir determinada quilometragem", afirma Erwin Franieck, da SAE Brasil.

Franieck diz que nunca solicitou o serviço e até hoje nenhum dos veículos que já teve necessitou do serviço.

4 - Encher tanque até a boca para evitar pane seca

O manual do proprietário deixa bem claro: rodar com o tanque constantemente na reserva não é benéfico para o carro, pois, além de trazer risco de pane seca, que pode causar danos mecânicos e rende multa de trânsito. O consumo também sobe nessa situação.

Para evitar o problema, há motoristas que preferem encher o tanque o máximo possível, até quase transbordar - ainda mais em tempos de reajustes sucessivos dos combustíveis. Contudo, a estratégia igualmente não é recomendada e quem sofre com isso é o carro.

"Encher o tanque até o bocal danifica o cânister, que é filtro com carvão ativado responsável por reter os gases provenientes da evaporação do combustível. Esse filtro, geralmente localizado próximo ao tanque, é encharcado, perdendo toda sua eficiência", alerta o engenheiro Everton Lopes.

5 - Descarbonização do motor

A limpeza química da parte interna de motores, conhecida como "flush", é um serviço que promete melhorar o consumo e também a performance.

A técnica utiliza produtos que podem ser adicionados diretamente no tanque ou no cárter, com o objetivo de remover a carbonização naturalmente causada pela queima do combustível e do lubrificante consumido no processo.

Segundo Everton Lopes, a prática pode causar danos no lugar de benefícios - especialmente em veículos bastante rodados e que não costumam ser abastecidos com combustível aditivado.

Segundo ele, o "flush" é capaz de danificar componentes internos, como bronzinas, anéis e camisa do pistão, trazendo risco até de travamento do propulsor - o que exigiria uma retífica.

Segundo o especialista, o ideal, nesse caso, é desmontar o propulsor e efetuar limpeza mecânica com escova e produto específico, de forma a retirar todos os resíduos antes de montá-lo novamente e colocá-lo para funcionar.

Com informações de UOL