Brasil pode perder 6,8 milhões de testes de covid-19 por prazo de validade

22 de Novembro 2020 - 12h50
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Um total de 6,86 milhões de exames RT-PCR comprados pelo Ministério da Saúde podem ser descartados por perda de validade. O material não foi distribuído para a rede pública e está estocado em um armazém do governo federal em Guarulhos (SP). O número supera a quantidde de testes aplicados até hoje pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que é de 5 milhões. O governo investiu R$ 764,5 milhões para a compra de testes, desse valor, R$ 290 milhões foram para as unidades que estão próximas de vencer. O lote encalhado tem validade de oito meses. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo o Ministério da Saúde, a entrega os exames é feita quando há pedidos dos estados. Secretários estaduais e municipais de Saúde, por outro lado, afirmam que não usaram todos os testes por terem recebido kits incompletos para o diagnóstico, com número baixo de reagentes para extração do RNA, cotonetes para a coleta e tubos de laboratório. Eles ainda apontam dificuldade no processamento de amostras e armazenamento de grandes quantidades de produtos.

O RT-PCR é um dos exames mais eficazes para o diagnóstico da covid-19. Na rede privada, o exame tem valor entre R$ 290 a R$ 400.

Os dados acerca do prazo de validade dos testes estocados constam em documentos internos do Ministério da Saúde, com compilação de dados até o último dia 19. A reportagem teve acesso a relatórios que indicam que 96% dos 7,15 milhões de exames encalhados têm vencimento em dezembro e janeiro. O outros, estarão válidos até março.

A pasta solicitou ao fabricante uma análise visando a prorrogação da validade dos produtos. No entanto, a falta de outros materiais para realizar testes, que é um dos problemas que dificultam o fluxo de distribuição, deve persistir.

Procurada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não detalhou como a validade dos produtos pode ser estendida, porém informou que a entrega de testes vencidos consiste em infração sanitária. De acordo com o Ministério da Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) está fazendo um estudo “para verificar a estabilidade de utilização dos testes”. Os testes foram adquiridos pelo governo federal por meio da Opas. O resultado da análise deve estar disponível na próxima semana, informa a pasta.

Fonte: Yahoo