
Uma nova variante do coronavírus, chamada de BQ.1, foi identificada no Rio de Janeiro, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde.
A variante já havia sido encontrada no Amazonas em 20 de outubro, de acordo com a unidade da Fiocruz no estado, o que fortalece a suposição de que ela circula em diferentes locais do país.
Em entrevista à BBC News Brasil, o Secretário Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, explicou que a paciente diagnosticada na cidade é uma mulher de 35 anos, moradora da zona norte e sem sintomas graves.
"A paciente não havia viajado, o que significa que essa variante já está causando transmissões localmente", completa o secretário.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, interpretados pelo infectologista Andre Lazzeri Cortez, entre as capitais, a cidade do Rio de Janeiro foi a que teve um número maior no aumento de casos nos última semana epidemiológica: foram 2202 pessoas infectadas. Na sequência, Recife apresenta 1333, Goiânia 611, Manaus 506 e São Paulo 479.
De acordo com o infectologista Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, a BQ.1 é derivada da variante ômicron.
"É a mesma cepa que circula hoje na Europa e causou o aumento de infecções em países como Alemanha e França."
Não há mudanças em relação aos sintomas, que continuam sendo, para a maioria dos pacientes, dor de cabeça, tosse, febre, dor de garganta, cansaço, perda de olfato e paladar.
A característica principal que a difere de outras cepas, explica o médico, é um escape muito maior da proteção das vacinas.
"Mas o que vemos acontecendo na Europa é que desde que as pessoas tenham a dose de reforço, ela supera a imunidade em relação à infecção, mas não causa casos graves."
No Rio de Janeiro, de acordo com Soranz, dos 47 pacientes internados na cidade, 92% não tomaram a dose de reforço ou nenhuma outra dose da vacina.
Com informções de G1