
O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse agora num evento em Campinas que vem sendo chantageado para não nomear André Mendonça para uma vaga no Supremo Tribunal Federal. “Chegam recados: ‘A gente resolve CPI, a gente resolve tudo. Me dê a vaga pro Supremo’’, afirmou Bolsonaro na "Feira Brasileira do Nióbio".
O presidente da República não disse quem é o autor das chantagens. Ele vem se digladiando com Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça, em torno da indicação de Mendonça para a vaga aberta com a aposentadoria de Marco Aurelio Mello.
Bolsonaro enviou o nome de Mendonça para avaliação do Senado em julho, mas o senador do Amapá, a quem cabe pautar a sabatina de Mendonça na CCJ, ainda não marcou uma data. Alcolumbre nunca explicou claramente por que não agenda a sabatina. A cada momento apresenta uma justificativa.
Nos bastidores, Bolsonaro vem dizendo a grupos de aliados e parlamentares o que afirmou agora em público: que Alcolumbre vem fazendo exigências para liberar o caminho de Mendonça. Há um mês, em reunião com lideranças evangélicas, o presidente afirmou que Alcolumbre queria nomear um aliado para um ministério e mais uma cota de R$ 1 bilhão em emendas parlamentares.
Hoje, sugeriu que a CPI da Covid também está sendo usada para chantageá-lo. No evento desta tarde, o presidente afirmou: “É o tempo todo desgaste, uma CPI que é um circo, tentam nos acusar do que nós não fizemos. Não gastei um centavo com a vacina Covaxin, como é que posso ser corrupto? Onde vai acabar isso? Quem perde com isso? Esses desacertos, desencontros, essas críticas vazias, como temos um problema sério pela frente, que indiquei um excepcional jurista, que é evangélico também, para o Supremo, e tem corrente que não quer lá, quer impor, e chega recado: ‘A gente resolve CPI, a gente resolve tudo, me dê a vaga do Supremo’. Isso sempre houve, nós começamos a mudar.”
Fonte: O Globo