Bolsonaro: há fissuras em patentes mais baixas do Exército venezuelano

03 de Maio 2019 - 03h40
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O presidente Jair Bolsonaro disse hoje (2) que há uma “fissura” nas patentes mais baixas no exército da Venezuela. A declaração foi dada em live transmitida pelo Facebook, na cidade de Camboriú (SC). 

“Há uma fissura nas patentes mais baixas, mas a tendência é essa fissura subir e atingir os altos escalões dos generais e a solução passa por aí. E nós faremos o possível, dentro do nosso limite, para que a Venezuela volte à normalidade”, disse o presidente. 

O presidente disse que a crise venezuelana afeta o preço dos combustíveis no país. “Isso que acontece na Venezuela tem impacto na nossa economia, porque se a oferta de petróleo cai no mercado internacional, a tendência é aumentar o preço e aumentando o preço temos consequência aumentando o preço do combustível aqui do Brasil”, disse.

Ao lado de Bolsonaro, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, disse que considera a situação ainda indefinida. 

“Apesar da movimentação enorme na Venezuela esta semana, nós consideramos a situação ainda indefinida. Teve gente que qualificou o que aconteceu como uma derrota do presidente [autoproclamado da Venezuela, Juan] Guaidó. Nós não vemos dessa maneira. O que acontece é que não é fácil tirar do poder alguém que, eleito sem legitimidade, resolveu aliciar seus generais - surpreendentemente - em torno de 2 mil e aliciar de forma totalmente inesperada, totalmente fora dos padrões, aqueles que deveriam ser os que mais defendessem o país visando o patriotismo, a dignidade da Venezuela”, disse. 

Segundo o ministro, o governo de Nicolás Maduro teria “aliciado e comprado” militares de alta patente com cargos. Além disso, teria empregado generais no tráfico de drogas.  

“O que acontece é que esses generais foram aliciados e comprados com cargos e lhes dão um salário muito maior e são influentes na economia”, disse. “Além disso, empregou muitos dos seus generais no tráfico de drogas. Isso é terrível. Então esse dirigente, o senhor Maduro, não é fácil de tirá-lo do poder, mas as pressões internacionais podem pouco a pouco mostrar ao pessoal, à população civil que ainda não compreendeu, a gravidade do problema e, principalmente, mostrar aos militares de alta patente, que eles precisam ter o patriotismo e voltar a trazer a Venezuela de novo para o caminho da liberdade e da democracia”.

Confrontos

No dia 30 de abril, Guaidó declarou que tinha apoio das Forças Armadas venezuelanas, clamando a população para protestos na Venezuela. A população que apoia o autoproclamado presidente foi as ruas e entrou em confronto com militares e apoiadores de Maduro. Um blindado militar foi filmado atropelando um grupo de manifestantes contrários a Maduro. 

No dia 1º de maio, Guaidó convocou uma greve geral, enquanto Maduro fez um pronunciamento em rede nacional de TV e negou ter ordenado que o blindado avançasse contra manifestantes. Nas ruas, os confrontos e protestos continuaram.  

Coaf

Bolsonaro disse também que o Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf) deve permanecer sob a chefia do Ministério da Justiça. Sem especificar nomes, o presidente disse que "há um trabalho para que ele vá para o Ministério da Economia".

"No que depender de nós, ele fica no Ministério da Justiça e Segurança, até porque é uma ferramenta na mão desse ministério para combater a lavagem de dinheiro e combater a corrupção", disse o presidente.

Agência Brasil