Barros: 'Não vejo intenção do presidente em politizar as Forças Armadas'

30 de Março 2021 - 12h46
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O deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, afirma não ver risco à democracia brasileira com a reforma ministerial realizada pelo presidente Jair Bolsonaro. O deslocamento dos ministérios aconteceu por acomodação política, sinalizou o parlamentar em entrevista à CNN nesta terça-feira (30).

"[Era necessário] acomodar o general [Luiz Eduardo] Ramos na Casa Civil, e o general Braga [Netto] na Defesa", disse. "Ele [Braga] é um general próximo ao presidente e, obviamente, é necessário que algumas peças abram espaço para a articulação. Não vejo nenhuma intenção do presidente em politizar as Forças Armadas. Foi apenas um movimento de acomodação", afirmou,

"As Forças Armadas são o Estado brasileiro, não são o governo. O ministro Fernando Azevedo vinha fazendo um bom trabalho, mas foi pedido sua vaga para acomodar o general Braga Netto, que é mais próximo do presidente, alinhado com seu pensamento. Eu não vejo em nenhum momento a tentativa de politizar a ação das Forças Armadas brasileiras", completou Barros.

Para o parlamentar, o país vive um ambiente tranquilo politicamente e não existem sinalizações de alterações no regime democrático. "Até porque o Brasil já passou por vários testes sobre sua capacidade de manter o estado democrático, [como] dois impeachments, e superou a todos", disse. "As disputas são mais de retórica, de ideologia do que de posicionamento."

O líder do governo na Câmara também disse que as mudanças ministeriais foram para atender "reivindicações de alinhamento do pensamento" à centro-direita. "Direita porque o presidente é de direita, e centro porque é ele que sustenta o governo no Parlamento. Então, esse foi o alinhamento que, no conjunto, foi uma medida boa do presidente da República e alinha mais o governo ao pensamento da base."

Fonte: CNN