Ataque no Iraque foi 'tapa na cara' dos EUA, diz líder supremo do Irã

08 de Janeiro 2020 - 07h34
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Horas depois do ataque feito pelo Irã a bases militares no Iraque, o governo iraniano celebrou a operação, cujos detalhes vão sendo conhecidos aos poucos.

O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, disse em discurso na TV que o ataque foi um "tapa na cara" dos Estados Unidos. "O que importa é que a presença corrupta dos Estados Unidos nesta região tem que terminar", frisou.

Khamenei já havia pedido uma vingança severa pela morte de Qassem Suleimani, general morto em 3 de janeiro em um ataque americano perto do aeroporto de Bagdá.

Por volta de 1h30 desta quarta (19h em Brasília), o Irã ​disparou ao menos 22 mísseis balísticos contra duas bases americanas no Iraque, uma em Ain al Assad, no oeste do país, e em outra próxima ao aeroporto de Erbil, quarta maior cidade do Iraque e capital da região autônoma do Curdistão, no norte.

O Pentágono confirmou os ataques, mas não falou sobre vítimas dos EUA. O Exército iraquiano disse que não teve perdas entre seus soldados. 

A TV estatal iraniana disse que 80 militares americanos morreram no ataque ao Iraque, citando uma fonte da Guarda Revolucionária, divisão responsável pela operação. Informou também que teria havido grande perda de equipamentos militares, como helicópteros.

O presidente do Irã, Hassan Rowhani, disse que a resposta final do país à morte de Souleimani será a expulsão de todas as forças dos EUA da região. "O general Souleimani lutou heroicamente contra o Estado Islâmico e a Al Qaeda. Se não fosse por sua guerra ao terror, capitais europeias estariam em grande perigo agora", publicou em uma rede social. 

O governo iraquiano revelou nesta quarta que foi informado pelo Irã de que haveria um ataque iminente contra bases em seu território. "Recebemos uma mensagem verbal oficial do Irã de que a resposta ao assassinato de Qassim Suleimani tinha começado ou ia começar em instantes, e que o ataque seria limitado aos locais onde estão instaladas as forças dos Estados Unidos, sem precisar os locais", disse um comunicado do gabinete do premiê Adel Abdul Mahdi.

Já o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, advertiu o Irã, nesta quarta, que dará uma resposta "retumbante", caso seu país seja atacado.

No domingo, uma autoridade iraniana havia ameaçado transformar cidades israelenses em "pó", "se os Estados Unidos reagirem à resposta militar" iraniana, após a morte de Suleimani.

Folha de S. Paulo